Nem todos os agricultores tinham a mesma categoria e status social.
A maioria eram livres.
Entre estes alguns eram pequenos agricultores que viviam em sua própria terra, enquanto outros eram colonos que arrendavam um pequeno pedaço de terra chamado "feudo" de um nobre.
Arrendar uma terra era cultivar essa terra e dividir a produção em uma porcentagem combinada com o dono da terra.
Em menor quantidade, os servos eram os únicos que trabalham para manter o clero e a nobreza.
Desde o início da Idade Média o comércio e a vida urbana tinham diminuído consideravelmente na Europa, por isso, a terra tornou-se quase a única fonte de riqueza, mais do 90% da população vivia no campo no cultivo de cereais e criação de animais.
No entanto, a agricultura era muito pouco desenvolvida porque a nobreza dona da terra era contrária ao novo e gastaram seu dinheiro em armas e artigos de luxo em vez de destinar na produção de novas técnicas agrícolas ou a melhorias.
Depois de 600 anos de estagnação esta situação começou a mudar no final do século XI.
Os servos em sua maioria eram brancos e descendiam de escravos.
A servidão era hereditária, um servo por nascimento pertencia ao seu dono e não podia sair do feudo.
O homem que tinha servos podia vendê-los ou dá-los e se fosse necessário, puni-los.
Os servos geralmente eram mantidos na castelo de seu senhor, mas, também podiam trabalhar na terra.
Os homens livres eram ou colonos ou aldeões.
Os colonos arrendavam um pedaço de terra do nobre dono da terra, estes "feudos" eram herdados de geração em geração através de um contrato feito com o senhor feudal.
Os aldeões eram pequenos proprietários de terra que viviam em aldeias originadas em suas próprias terras, fora das terras dos nobres.
Em muitas partes da Europa como na Itália e na França, os aldeões eram a maioria da população.
Na atualidade, em virtude de um ensino de história pouco criterioso muitos pensam que na Idade Média as pessoas eram todas "servos", ou quase escravos, e submetidas ao domínio dos nobres, entretanto, isso é não é verdade, a maioria da população era livre, poucos eram servos.
Os servos em sua maioria descendiam dos derrotados nas guerras pela posse da terra na Europa depois da queda do império romano e no início do feudalismo, o senhor feudal descendia dos guerreiros vencedores dessas guerras iniciais pela posse da terra que antes pertencia ao império romano.
Os senhores feudais eram obrigados a defender militarmente as pessoas que viviam nas suas terras e dar-lhes abrigo em tempos de guerra.
Em troca dessa proteção, que era de suma importância para a colheita não ser roubada, o senhor feudal recebia uma anuidade em produtos agrícolas ou animais, e uma contribuição extra se fossem casados.
Também eram cobrados impostos em favor do senhor feudal para manutenção do aparato militar.
Essas obrigações podiam mudar de senhor para senhor e muitas vezes eram fonte de brigas entre o senhor e os habitantes do feudo.
As condições de vida dos camponeses era muito diversificada.
A vida dos camponeses era rústica.
Quase tudo que necessitavam tinha que ser por eles mesmos fabricados, como roupas, utensílios domésticos, e móveis, etc.
A cabana de uma família de camponeses geralmente consistia de uma sala grande terrea com uma mesa e bancos, a cozinha era nessa sala, e o local para dormir tinha colchões de palha e era localizado em um tablado na parte superior.
Nas cabanas também dormiam animais separados das pessoas por uma divisória de madeira.
FEUDO
A família na Idade Média
A família campesina era grande, era encabeçada pelos cônjuges, o pai e a mãe, e seus filhos, familiares e parentes.
Esse tipo de família, com todos os parentes morando junto, existiu até pouco tempo atrás no campo, tanto na Europa como na América, no Brasil existiu até o início da segunda metade do século XX, em especial nas famílias de colonos italianos e alemães que vieram para o Brasil para trabalhar no campo depois da libertação dos escravos.
Na
foto temos uma família de imigrantes italianos agricultores no RGS,
famílias desse tipo existiram em SP, PR, SC e RGS até o início dá
segunda metade do século XX quando o sistema de colonato que existia
desde a libertação dos escravos acabou no Brasil.
Esse tipo de família é idêntico ao que existia na Idade Média, pai, mãe, filhos e parentes ascendentes e descendentes juntos, alias, este tipo de família sempre existiu no mundo ocidental civilizado por todo o império romano e também existiu no OM e na África antes do domínio muçulmano.
Esse tipo de família é idêntico ao que existia na Idade Média, pai, mãe, filhos e parentes ascendentes e descendentes juntos, alias, este tipo de família sempre existiu no mundo ocidental civilizado por todo o império romano e também existiu no OM e na África antes do domínio muçulmano.
Essa família era reconhecida como de posse de um contrato de arrendamento da terra que não podia ser encerrado enquanto a família existisse.
Tal família, compartilhando o mesmo lugar, trabalhando nos mesmos campos, ficavam enraizados nessa terra por gerações, era uma unidade social altamente coesa.
A falta de alimentos foi o grande problema dos camponeses medievais, por um lado, devido a senhores feudais que não cumpriam o contrato, e também em grande parte porque as colheitas não eram abundantes e devido a incapacidade para armazená-las.
A dieta camponesa era baseada no pão, legumes, vinho e cerveja.
A carne era reservada para ser consumida nas festas, que eram comuns, e peixes eram consumidos raramente.
Por motivos da pouca higiene e da convivência caseira com animais os campesinos, e também os nobres, eram costumeiramente vítimas de epidemias.
Como naquela época não haviam muitos médicos ou medicamentos, os doentes morrem facilmente e muitas pessoas faleciam jovens.
Existiam muitas festas e celebrações.
As principais celebrações eram religiosos, e entre eles destacavam-se o Natal e a Páscoa.
Existiam também festas semelhantes ao nosso carnaval quando as pessoas se fantasiavam, cantavam e dançavam.
Eram também realizadas festas para celebrar a colheita e abate de gado.
Às festas muitas vezes tinham a participação de artistas de rua que recitavam poemas, faziam malabarismo e números com animais.
Ao final do século XI a produção agrícola começou a aumentar, este fenômeno foi em grande parte devido a um clima mais quente e umidade mais baixa.
Houve também uma série de avanços importantes no trabalho de campo, o que contribuiu para o aumento da produtividade.
Entre as inovações temos o uso de rodas no arado em vez do uso do arado romano que não as tinha.
A substituição do boi pelo cavalo para arar os campos.
A introdução de rotação de três anos nas culturas, que consistia em alternar culturas diferentes a cada ano, o primeiro ano de trigo, o segundo ano legumes e cereais, e no terceiro ano o campo passou a não ser cultivado para poder descansar a terra.
Outros mecanismos de rotação também foram adotados.
Uma inovação importante no final do século XI foi o surgimento de ferreiros nas aldeias, isso permitiu que os aldeões construíssem seus próprios instrumentos sem depender das oficinas do senhor feudal.
Com a melhoria na economia a população aumentou.
Com mais gente no mesmo lugar começaram a surgir os desbravadores que iam a procura de outras terras para cultivo.
Essa recuperação mudou a vida na Europa Ocidental.
Com o desenvolvimento da agricultura e o surgimento de excessos de produtos o comércio na Europa que estava parado desde a queda do império romano voltou a existir.
Surgiram novas vilas e aldeias que logo aumentaram de tamanho se tornando cidades..
Isso foi o início do desenvolvimento europeu na cultura e na expansão dos meios de transportes que levou as grandes navegações e a descoberta da América e de outras terras, e ao Renascimento cultural e científico.