sexta-feira, 22 de maio de 2015

O gene e o meme

O que vem a ser "meme"?

Nas palavras do criador do termo temos:

"Exemplos de memes são melodias, idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos.
Da mesma forma como os genes se propagam no "fundo" pulando de corpo para corpo através dos espermatozóides ou dos óvulos, da mesma maneira os memes propagam-se no "fundo" de memes pulando de cérebro para cérebro por meio de um processo que pode ser chamado, no sentido amplo, de imitação. "
, Richard Dawkins.

Resolvi abordar esse tema depois de ver o vídeo de apresentação da palestra de abertura do evento Fronteiras do Pensamento em São Paulo na qual o apresentador discorre sobre o que, na opinião dele, seja o significado do termo "meme" criado pelo palestrante inicial do evento, Richard Dawkins, biólogo britânico conhecido pelo clássico "O gene egoísta" onde o termo "meme" apareceu.

O vídeo de abertura citado acima está em:
http://mais.uol.com.br/…/ateu-militante-e-criador-de-meme-r…&

No vídeo o apresentador entra no lugar comum e se refere ao "meme" como sendo o agente cultural que produz as nossas opiniões e a nossa forma de pensar até mesmo inconsciente!
Mais uma vez os arautos de que é a cultura que determina a opinião e ação das pessoas em ação!
É impressionante como a ideologia marxista "cultural" penetrou em tantas mentes intelectuais e as fez escravas do seu dogma!

O meme não quer dizer nada disso!
O meme é um replicador de INFORMAÇÃO e não de valores.
O meme não impõe valores na cabeça das pessoas, o meme apenas transfere INFORMAÇÃO de um cérebro para outro.
Como essa informação vai ser processada na mente de cada pessoa depende de cada pessoa e não do meme.
É como a autor diz no seu livro:
"Cada indivíduo tem sua própria maneira de interpretar as ideias (meme) de Darwin."

Para elucidar essa questão vou colocar a seguir parte do capitulo do livro "O gene egoísta" onde Richard Dawkins conceituou o termo "meme".


MEMES: OS NOVOS REPLICADORES

Até agora não falei muito a respeito do homem em especial, embora tampouco o tenha deliberadamente excluído.
Parte do motivo por eu ter usado o termo "máquina de sobrevivência" é que "animal" teria excluído as plantas e, para algumas pessoas, os seres humanos.
Os argumentos apresentados deveriam prima facie, aplicar-se a qualquer ser que evoluiu.
Se uma espécie constituir exceção, devem haver boas razões.
Há boas razões para supor que nossa própria espécie seja única?
Acredito que a resposta seja afirmativa.
Quase tudo que é incomum no homem pode ser resumido em uma palavra: "cultura".
Não usei a palavra em um sentido esnobe, mas como os cientistas a usam.
A transmissão cultural é análoga à transmissão genética no sentido de que embora seja basicamente conservadora, pode originar um tipo de evolução.
Geoffrey Chaucer não poderia manter conversação com um inglês contemporâneo, embora estejam ligados entre si por uma cadeia ininterrupta de cerca de vinte gerações de ingleses, cada um dos quais podia falar com seus vizinhos imediatos na cadeia, como um filho fala com seu pai.
A língua parece "evoluir" por meios não genéticos e a uma velocidade muito superior a da evolução genética.
A transmissão cultural não é característica apenas do homem.
O melhor exemplo que conheço entre os animais foi recentemente descrito por P. F. Jenkins no canto de uma ave "saddleback" que vive em ilhas próximas da Nova Zelândia.
Na ilha na qual ele trabalhou havia um repertório total de cerca de nove cantos diferentes.
Cada macho emitia apenas um ou alguns desses cantos.
Os machos podiam ser classificados em grupos dialetais.
Por exemplo, um grupo de oito machos possuindo territórios adjacentes, emitiam um canto específico chamado CC.
Outros grupos dialetais emitiam cantos diferentes.
Algumas vezes os membros de um grupo dialetal compartilhavam mais de um canto diferente. Comparando os cantos dos pais e filhos Jenkins mostrou que os padrões de canto não eram herdados geneticamente.
Cada macho jovem provavelmente adotaria por imitação os cantos de seus vizinhos de território, de modo análogo à linguagem humana.
Durante a maior parte do tempo em que Jenkins esteve lá, havia um número constante de cantos na ilha, um tipo de "fundo de cantos" do qual cada macho jovem obtinha seu próprio repertório pequeno.
Mas, ocasionalmente Jenkins teve o privilégio de testemunhar a "invenção" de um novo canto, a qual ocorria por um erro na imitação de um canto antigo.
Ele escreve: "Mostrou-se que novas formas de canto originam-se de várias maneiras pela mudança da altura de uma nota, repetição,
elisão de notas e combinação de trechos de outros cantos já existentes...
O aparecimento da nova forma era um acontecimento abrupto e o resultado era bastante estável durante vários anos.
Além disto, em vários casos a variante foi transmitida com precisão em sua nova forma a jovens, de modo que um grupo reconhecidamente coerente de cantores semelhantes se desenvolveu".
Jenkins se refere à origem dos novos cantos como "mutações culturais".
O canto nesta ave realmente evolui por meios não genéticos.
Há outros exemplos de evolução cultural nas aves e nos macacos, mas eles são apenas curiosidades interessantes.
É a nossa própria espécie que realmente mostra o que a evolução cultural pode fazer.
A linguagem é apenas um exemplo dentre muitos.
A moda nos vestidos e na alimentação, cerimônias e costumes, arte e arquitetura, engenharia e tecnologia, tudo isto evolui no tempo histórico de uma maneira que parece evolução genética altamente acelerada, mas que na realidade nada tem a ver com esta última.

No entanto, como na evolução genética, a mudança pode ser progressiva.
Há um sentido no qual a ciência moderna realmente é melhor do que a ciência antiga. 

Nossa compreensão do Universo não apenas muda com o passar dos séculos: ela melhora.
Sem dúvida, a atual explosão de aperfeiçoamento data apenas do Renascimento, o qual foi precedido por um período sombrio de estagnação no qual a cultura científica européia ficou congelada no nível atingido pelos gregos.
Mas, como vimos no Capítulo 5, a evolução genética também pode ocorrer como uma série de explosões curtas entre platôs estáveis.
A analogia entre a evolução cultural e a evolução genética tem sido freqüentemente enfatizada, algumas vezes num contexto de conotações místicas desnecessárias.
A analogia entre o progresso científico e a evolução genética pela seleção natural tem sido esclarecida especialmente por "Sir" Karl Popper.
Quero ir ainda mais além por direções que também estão sendo exploradas, por exemplo pelo geneticista L. L. Cavalli-Sforza, o antropólogo F. T. Cloak e o etólogo J. M. Cullen.
Como um darwinista entusiasta, tenho ficado insatisfeito com as explicações do comportamento humano oferecidas por outros entusiastas semelhantes.
Eles têm tentado procurar "vantagens biológicas" nos vários atributos da civilização humana.
Por exemplo, a religião tribal tem sido vista como um mecanismo de solidificação da identidade do grupo, importante para uma espécie que caça em bandos cujos indivíduos dependem da cooperação para capturar presas grandes e velozes.
O pressuposto evolutivo em termos do qual tais teorias são concebidas muitas vezes é implicitamente do tipo seleção de grupo, mas é possível reformular as teorias em termos de seleção gênica ortodoxa.
Talvez o homem tenha passado boa parte dos últimos milhões de anos vivendo em pequenos grupos de parentesco.
A seleção de parentesco e a seleção em favor do altruísmo recíproco poderão ter atuado sobre os genes humanos produzindo muitos de nossos atributos e tendências psicológicas básicas.
Essas idéias são plausíveis até certo ponto, mas acho que elas nem começam a enfrentar o enorme desafio de explicar a cultura, a evolução cultural e as imensas diferenças entre as culturas humanas espalhadas pelo mundo, do egoísmo absoluto dos Ik de Uganda, descrito por Colin Turnbull, ao altruísmo suave dos Arapesh de Margaret Mead.
Acho que temos que começar novamente e voltar aos primeiros princípios.
O argumento que proporei, que talvez pareça surpreendente provindo do autor dos capítulos anteriores, é que para uma compreensão da evolução do homem moderno devemos começar desprezando o gene como a única base de nossas idéias a respeito de evolução.
Sou um darwinista entusiasta, mas acho que o darwinismo é uma teoria grande demais para ser confinada ao contexto limitado do gene.
O gene entrará em minha tese como uma analogia, nada mais.
O que, afinal de contas, é tão especial a respeito dos genes?
A resposta é que eles são replicadores.
As leis da Física supostamente são verdadeiras em todo o universo acessível.
Existe um princípio da Biologia que possivelmente tenha uma validade universal semelhante?
Quando os astronautas viajarem para planetas distantes e procurarem vida, eles podem esperar encontrar criaturas por demais estranhas e misteriosas que possamos imaginar.
Mas, há alguma coisa que deva sempre caracterizar a vida, onde quer que ela se encontre e qualquer que seja a base de sua química?
Se existirem formas de vida cuja química é baseada em silício e não em carbono, ou em amônia e não água, se forem descobertas criaturas que morrem queimadas a -1000 C, se for encontrada uma forma de vida que não é baseada em química, mas em circuitos eletrônicos de reverberação, haverá, ainda assim, um princípio geral que se aplique à toda a vida?
Evidentemente eu não sei, mas se tivesse que apostar, confiaria meu dinheiro em um princípio fundamental.
Na lei de que toda a vida evolui pela sobrevivência diferencial de entidades replicadoras.
O gene, a molécula de DNA, por acaso é a entidade replicadora mais comum em nosso planeta.
Poderá haver outras.
Se houver, desde que certas outras condições sejam satisfeitas, elas quase inevitavelmente tenderão a tornarem-se a base de um processo evolutivo.
Mas temos que ir para mundos distantes a fim de encontrar outros tipos de replicadores e outros tipos resultantes de evolução?
Acho que um novo tipo de replicador recentemente surgiu neste próprio planeta.
Ele está nos encarando de frente.
Ainda está em sua infância, vagueando desajeitadamente num caldo primordial, mas já está conseguindo uma mudança evolutiva a uma velocidade que deixa o velho gene muito atrás.
O novo caldo é o caldo da cultura humana. Precisamos de um nome para o novo replicador, um substantivo que transmita a idéia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação.
"Mimeme" provém de uma raiz grega adequada, mas quero um monossílabo que soe um pouco como "gene".
Espero que meus amigos helenistas me perdoem se eu abreviar mimeme para meme.
Se servir como consolo, pode-se, alternativamente, pensar que a palavra está relacionada a "memória", ou à palavra francesa même.
Exemplos de memes são melodias, idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos.
Da mesma forma como os genes se propagam no "fundo" pulando de corpo para corpo através dos espermatozóides ou dos óvulos, da mesma maneira os memes propagam-se no "fundo" de memes pulando de cérebro para cérebro por meio de um processo que pode ser chamado, no sentido amplo, de imitação.

Se um cientista ouve ou lê uma idéia boa ele a transmite a seus colegas e alunos.
Ele a menciona em seus artigos e conferências.
Se a idéia pegar, pode-se dizer que ela se propaga, si própria, espalhando-se de cérebro a cérebro.
Como meu colega N. K. Humphrey claramente resumiu uma versão inicial deste capítulo: ". . . os memes devem ser considerados como estruturas vivas, não apenas metafórica mas tecnicamente.
Quando você planta um meme fértil em minha mente, você literalmente parasita meu cérebro, transformando-o num veículo para a propagação do meme, exatamente como um vírus pode parasitar o mecanismo genético de uma célula hospedeira.

.........

Nota. O capítulo continua, mas, daqui para frente o autor passa a falar do "meme de deus", de religião e dos sacerdotes (Dawkins é ateu militante) e notamos que sua palavra está mais para o que ele defende de forma pessoal do que de forma científica.

terça-feira, 19 de maio de 2015

O mundo atual e os três mundos que lhe deram origem

O mundo atual e os três mundos que lhe deram origem


Depois do final da segunda guerra mundial (1946) 
 surgiram "três mundos" no planeta:
 
Primeiro mundo (azul) - Composto pelas nações livres, democráticas e com economia liberal, chamadas de "capitalistas" por marxistas, tais nações após a segunda guerra progrediram e alcançaram excelente qualidade de vida e igualdade social.

Segundo mundo (vermelho) - Composto pelas nações que foram dominadas pelo socialismo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que anexou diversas nações antes soberanas, era a principal fonte de propaganda marxista-leninista no planeta, além dela existia a China Comunista e diversas nações da Ásia a ela associadas, também existiam nações socialistas na África, na América existia Cuba.
Todas essas nações sem exceção se tornaram ditaduras socialistas e permaneceram pobres.

Terceiro Mundo (verde) - Composto por nações que não se enquadravam nas duas anteriores, não eram nem democracias liberais nem socialistas, e que continuavam medianas ou pobres, neste tipo os árabes estão incluídos.


Muita gente hoje em dia "se esquece" que existiu socialismo no mundo!
Em dezenas de nações!

Apoiados nesse "esquecimento" dizem que 1/5 da população do mundo é desenvolvido e 4/5 é pobre por causa do “capitalismo”.
Se “esquecem” que 50 nações do mundo foram socialistas no século passado !
30% da população mundial foi socialista no século passado !
E como sabemos, nos dois maiores países socialistas, URSS e China, foi um fracasso colossal, faliram na miséria.
E com isso geraram bilhões de pobres!

Como podem os marxista "culturais" dizer que 4/5 dos humanos do mundo são pobres por causa do “capitalismo” ?
Se 30% dos humanos do mundo a partir de 1917 foram marxista-socialista-comunista ?
- Não podem, esta é apenas mais uma mentira marxista.

Vamos apresentar a seguir uma tabela que mostra os países do mundo.

 Nela vamos ver:
- os países que atualmente tem boa qualidade de vida (IDH 2008).
- os países que foram socialistas.
- um grupo que chamei de “outros” que engloba países que tem qualidade de vida REGULAR ou RUIM (baseado no IDH)
- e outro grupo de países Árabes/Otomanos, que são países originados do Império Árabe e do Império Otomano, são muçulmanos e eles próprios dominaram vastas regiões do planeta, inclusive vastas regiões da África e da Europa, além do OM e Ásia.


Países Desenvolvidos (com IDH bom)



País População


Ilha Christmas (AU) - 361
Ilhas Cocos (AU) - 628
Vaticano - 990
Tokel (NZ) - 1455
Ilha Norfolk (AU) - 1828
Niue (NZ) - 2166
Svalbard (NU) - 2701
Ilhas Malvinas (UK) - 2967
Saint Pierre (FR) - 7065
Santa Helena (UK) - 7560
Montserrat (UK) - 9441
Anguilla (UK) - 13454
Wallis - 15125
Turks e Caicos (UK) - 21156
Ilhas Cook (NZ) - 21588
Ilhas Viirgens (UK) - 23043
Gibaltrar (UK) - 27984
San Marino - 29280
Mônaco - 32243
Liiechtenstein - 33990
Ilhas Cayman (UK) - 45470
Ilhas Feroé (DIN) - 47262
Samoa (USA) - 57781
Groenlândia (DIN) - 59361
Ilhas Marshall - 60471
Guernsey (UK) - 65428
Bermuda (UK) - 65775
Antígua - 69122
Ilhas Man (UK) - 75449
Seychelles - 81588
Marianas (USA) - 82462
Jersey (UK) - 91012
Ilhas Virg. (USA) - 108508
Tonga - 114422
Guam (USA) - 171564
S T Principe 193410
Guiana (FR) - 199596
Mayotte (FR) - 201633
Nova Cal. (FR) - 219494
Antilhas H. 222958
Polinésia (FR) - 274485
Barbados - 280870
Islândia - 299986
Bahamas - 359106
Maldivas - 359406
Brunei - 379361
Malta - 400800
Martinica (FR) - 436900
Guadeloupe (FR) - 452713
Luxemburgo - 478571
Bahrein - 698345
Guiana - 775283
Chipre - 784133
Catar - 883051
Trinidad - 1333000
Kuwait - 2466648
Emir. Árabes - 2723212
Omã - 3205583
Panamá - 3242232
Mauritânia - 3447920
Uruguai - 3447920
Porto Rico - 3944097
Irlanda - 4109932
Nova Zelândia - 4116461
Costa Rica - 4134500
Singapura - 4553324
Noruega - 4628041
Finlândia - 5238442
Dinamarca - 5468335
Israel - 6427819
Hong Kong - 6980686
Suíça - 7507300
Áustria - 8200691
Suécia - 9031774
Chade - 10239650
Bélgica - 10292388
Grécia - 10706670
Portugal - 11456212
Chile - 16285071
Holanda -16571401
Austrália - 20705437
Tawai - 23144384
Malásia - 24821136
Canadá - 33390592
Argentina - 40403943
Espanha - 40448100
Coréia do Sul - 49045671
Itália - 59147733
Inglaterra - 60776238
Brasil - 63000000 (estados com IDH bom)
França - 63713926
Tailândia - 65068149
Alemanha - 82400996
México - 108700891
Japão - 127433494
USA - 303048000

Subtotal - 1,34 bilhões de habitantes.
Porcentagem - 20,4% da população mundial.

 

Países que foram ou ainda são socialistas



País População


Cabo Verde - 420224
Macau - China - 453300
Montenegro - 651354
Timor-Leste - 924000
Estônia - 1324 - 893
Guiné-Bissau - 1472446
Eslovénia - 2009070
Macedônia - 2045262
Letônia - 2260192
Mongólia - 2874272
Armênia - 2972904
Lituânia - 3575617
Albânia - 3601112
Moldávia - 4320421
Croácia - 4493904
Bósnia - 4552494
Geórgia - 4646425
Turcomenistão - 5136081
Quirguistão - 5284281
Eslováquia - 5448373
Nicarágua - 5703689
Líbia - 6037563
Laos - 6522141
Tadjiquistão - 7077506
Bulgária - 7323349
Benin - 8078360
Azerbaijão - 8120974
Somália - 9119000
Bielorússia - 9725483
Guiné - 9948670
Hungria - 9956835
Sérvia - 10206821
Rep Checa - 10229138
Cuba - 11417356
Camboja - 14132398
Casaquistão - 16285519
Moçambique - 20906703
Iémen - 22212063
Romênia - 22276977
Coréia do Norte - 23302177
Uzbequistão - 27780895
Polônia - 38518984
Ucrânia -46300003
Etiópia - 76511887
Vietnã - 85262356
Rússia - 142200000
China - 1322000000

Subtotal - 2,04 bilhões de habitantes
Porcentagem - 30,8% da população mundial.


Outros



País População


Tuvalu - 11836
Nauru - 13248
Palau - 20503
São Cristóvão - 39158
Dominica - 68929
Andorra - 71249
Aruba - 71866
Granada - 89702
Kiribati - 105092
Micronésia - 108005
São Vicente - 117834
Santa Lúcia - 168312
Samoa - 176287
Vanuatu - 208754
Saara ocidental - 373008
Belize - 387084
Suriname - 458000
Dikibouti - 486703
Guiné Equat. - 540034
Ilhas Salomão - 558032
Comores - 698345
Fiji - 905354
Suazilândia - 1136297
Gabão - 1241602
Maurícia - 1241602
Gâmbia - 1639115
Botswana - 1688086
Gâmbia - 1688086
Lesoto - 2013141
Namíbia - 2055692
Butão - 2328291
Jamaica - 2780520
Libéria - 3194269
Congo - 3921018
Rep. C. Afric. - 4369703
Eritréia - 4907638
Togo - 5702991
Papua - 5796268
Serra Leoa - 6145426
Paraguai - 6667884
El Salvador - 6940932
Honduras - 7484902
Burundi - 8391426
Haiti - 8706622
Bolívia - 9119372
Rep. Dominic. - 9366595
Ruanda - 9908820
Tunísia - 10278951
Zâmbia - 11474795
Mali - 11995261
Angola - 12264503
Zimbabwe - 12311782
Senegal - 12522498
Níger - 12895856
Malaui - 13603464
Equador - 13752593
Burkina Faso - 14326736
Guatemala - 14775169
Costa do Marfim - 18013040
Camarões - 18060132
Madagáscar - 19449341
Sri Lanka - 20764776
Gana - 22931247
Venezuela - 26085281
Peru - 28675628
Nepal - 28902547
Uganda - 30263482
Afeganistão - 31890982
Argélia - 33333853
Marrocos - 33757682
Quênia - 36914590
Tanzânia - 38140356
Sudão - 42293486
África do Sul - 43998136
Colômbia - 44858434
Mianmar - 47374558
Congo - 65751512
Filipinas - 91077287
Brasil - 120987291 (estados sem IFH bom)
Nigéria - 135031164
Bangladesh - 150448340
Paquistão - 161488000
Indonésia - 234693997
Índia - 1130000000

Subtotal - 2,9 bilhões de habitantes.
Porcentagem - 44,2% da população mundial.


Árabes e otomanos



País População


Líbano - 3921048
Jordânia - 6053732
Síria - 19315752
Iraque - 27500456
Arábia Saudita - 27601599
Irã - 65397521
Turquia - 71158647
Egito - 80335036
Faixa de Gaza - 1482289
Cisjordania - 2536615

Subtotal - 305 milhões de habitantes.
Porcentagem - 4,6% da população mundial.

Total população do planeta = 6,6 bilhões de habitantes.



Nestas tabelas verificamos o seguinte:

Países desenvolvidos = 20.4% da população mundial.

Países que foram/são marxistas-socialistas = 30,8% da população mundial.

“Outros” países com qualidade de vida REGULAR ou RUIM = 44,2% da população mundial.

Países árabes/otomanos que tiveram impérios até o século XX = 4,6% da população mundial.

Vemos ai que a quantidade de humanos que foram marxistas é muito maior do que a quantidade de humanos que vivem hoje com boa qualidade de vida.
Socialistas foram 30,8% da população mundial !

E o que o socialismo trouxe para essas pessoas ?
Trouxe apenas miséria e pobreza.
Essa miséria sim foi causado por um sistema - o socialismo marxista.

Os 44,2% da população mundial que tem atualmente qualidade de vida REGULAR ou RUIM, sempre estiveram nesta condição por milênios !
Não foi o Liberalismo que surgiu no mundo no ano de 1800 d.C que causou essa pobreza !

Temos então que, até o ano de 1800 DC, apenas 0,01% da população mundial tinha vida boa - a realeza e o clero, e o restante do povo, 99,99% da população mundial, era pobre ou escravo.
Porém, nos últimos 200 anos, 20,4% da população mundial saiu da miséria - e quem propiciou isso foi o Liberalismo.

E poderia ter sido mais, se o marxismo não tivesse mantido 30,8% da população mundial na miséria.




Sobre o termo "burguesia" e as suas origens históricas.



Existem dois significados principais diversos:

1. o provindo do movimento de populações na Europa no final da Idade Média (Feudalismo);
2. e o significado ideológico inventado pelo marxismo.


Em algumas regiões da Europa depois da Peste Negra (1350) que dizimou milhões de pessoas que habitavam as cidades da Europa, os habitantes dos feudos saíram deles e foram para as cidades, nelas criaram zonas de habitação que ficaram conhecidas como "burgos", tais habitantes não necessariamente foram chamados de burguesia, mas, podiam ser.

Essa designação é muito diferente da designação marxista "burguesia".
"Burgueses" para Marx eram os donos dos "meios de produção" que exploravam os proletários roubando deles a "mais-valia".
Ou seja, eram os donos de indústrias que empregavam trabalhadores pagando a eles um salário pelo trabalho.

Então, para Marx tais empregadores eram "burgueses", "capitalistas", que exploravam os trabalhadores.
Porém, quanto ao termo usado por Marx - burguesia - não existe nenhuma prova de que tais empregadores tenham no passado residido em burgos!

Tanto o termo "burguesia" como "capitalismo" foram forjados por Marx para funcionarem como slogans ideológicos para os comunistas gritarem.

Vamos abrir aqui um parênteses para dar a palavra a Bakunin, o líder anarquista contemporâneo a Marx, vamos ver a opinião de Bakunin com respeito a Marx e Engels e o uso do termo "burguês" por eles, uma opinião importante pois trata-se de uma narrativa de acontecimentos reais que Bakunin presenciou:

Recollections on Marx and Engels
Written: 1869.

 https://www.marxists.org/…/…/bakunin/works/various/mebio.htm

"Os proletários alemães, Bornstadt, Marx, Engels, especialmente Marx, envenenaram a atmosfera.
Com vaidade, maledicência, intriga, ambição, arrogância e ostentando covardia na teoria e na prática.
Dissertações sobre vida, ações e emoções, mas com completa ausência de vida, ação e emoção, ausência total de vida.
Repugnantes elogios mútuos, e discurso vazio.
Segundo eles, Feuerbach é um "burguês", o epíteto BOURGEOIS! é gritado a exaustão por pessoas que são da cabeça aos pés burguesas mais do que ninguém, em suma, insensatez e mentiras, mentiras e insensatez.
Nesta atmosfera ninguém pode sequer respirar livremente.
Eu me mantive afastado deles e tenho declarado abertamente que não vou para a sua Kommunistischer Handwerkerverein [Sociedade dos Sindicatos Comunista], lá não vai ter nada a ver com esta organização.”

Mikhail Bakunin, 1869.

Continuando...

O nome correto dos donos de indústrias é "empresário" ou "empreendedor."
E o nome do sistema de livre mercado é "Liberalismo".

Marx cometeu uma grave omissão histórica, Marc faz uma ligação direta do feudalismo para o "capitalismo"!
E isso é ensinado nas faculdades do ocidente, em especial no Brasil.

Marx desconsiderou que entre o feudalismo e o "capitalismo" existiu toda uma época histórica na política e na economia europeia, o Mercantilismo, onde o trabalho era escravo.

A chegada ao estado democrático inglês de 1707 e a democracia no EUA em 1776 passou por todo um processo histórico que começou em 1640 na Inglaterra, e, não foi feito por burguesia alguma, simplesmente porque ela não existia, e o sistema de livre mercado com divisão do trabalho assalariado só foi possível a partir de 1800 devido a Revolução Industrial entre 1750 - 1850.

Os direitos individuais só foram surgir pela primeira vez na humanidade na Declaração de Independência do EUA, 300 anos depois do fim do feudalismo.

Então temos:

Idade Média - entre 500 d.C a 1500 d.C.
- Produção exclusivamente rural
- trabalho servil, o servo trabalhava nas terras do senhor feudal e dividia com ele a colheita.
- sistema político - feudalismo, existia um rei, mas, o poder estava nas mãos do senhor feudal.

Idade Moderna - entre 1500 d.C a 1800 d.C.
- Produção rural e comércio extrativista e mineral nas colônias.
- trabalho escravo nas colônias.
- sistema político - mercantilismo, o poder estava nas mãos do soberano absolutista, na metrópole.

Idade Contemporânea - entre 1800 até a atualidade.
- trabalho rural mecanizado, trabalho industrial com divisão do trabalho, comércio mundial. Liberalismo.
- produção agrícola, industrial e de serviços.
- sistema político - democracia representativa, Estado de Direito, Liberalismo.
 
Importante ressaltar que muitos países da América Latina (Brasil), África e Ásia nunca conseguiram chegar ao estágio liberal na maior parte dos casos devido a governos ditatoriais e corruptos que impediram a criação de instituições democráticas que pudessem dar sustentação ao sistema.

E também, importante lembrar, no século XX, 50 nações foram socialistas, mais de dois bilhões de pessoas estiveram sob o regime socialista e somente recentemente conseguiram se livrar do socialismo.
Por isso, jamais passaram perto do Liberalismo.


domingo, 17 de maio de 2015

Karl Marx em suas pregações revolucionárias só pretendia expropriar os "meios de produção" ?

Karl Marx em suas pregações revolucionárias só pretendia expropriar os "meios de produção" ?

É muito comum encontrarmos esse tipo de alegação em marxistas.
Marxistas em geral tentam de todas as formas "inocentar o mestre" e colocar a culpa nos seguidores que executaram suas ordens.
Em muitos casos conseguem pois praticam essa atividade como professores em sala de aula e os alunos estão propensos a acreditar em tais invenções pois estão vindo de um professor.

Mas, marxistas jamais conseguem enganar aqueles que conhecem o texto marxista e sabem o que Marx pensava e o que ele pregou por toda vida, e é muito fácil refutar tais mentiras, pois Marx deixou escrito o que ele almejava com a sua ideologia revolucionária.

O Manifesto Comunista é onde Marx colocou o que os comunistas deveriam fazer após a tomada do poder, no Manifesto Comunista Marx colocou as 10 "medidas" que deveriam ser executadas após a tomada do poder, isto está no capítulo II - Proletários e Comunistas.

Devemos lembrar um fato importante, Marx considerava o Manifesto Comunista um de seus escritos mais importantes!
Marx disse isso no Prefácio do seu livro "Uma Contribuição para a Crítica de Economia Política", escrito em 1859 onde está escrito:

"Para os trabalhos dispersos que, por aquela época, expusemos ao público as nossas ideias, sob vários aspectos, só citarei o Manifesto Comunista redigido em colaboração com Engels e por mim, e o Discurso Sobre Livre Arbítrio que publiquei."


Fonte:

A seguir o trecho no Manifesto Comunista de 1848 onde Marx estipula as 10 medidas:

Estas medidas (11*) serão naturalmente diversas consoante os diversos países.
Para os países mais avançados, contudo, poderão ser aplicadas de um modo bastante geral as seguintes:

1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.
2. Pesado imposto progressivo.
3. Abolição do direito de herança.
4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes(12*) e rebeldes.
5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.
6. Centralização do (13*) sistema de transportes nas mãos do Estado.
7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.
8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura.
9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, atuação com vista à eliminação gradual da diferença (14*) entre cidade e campo.
10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc. (15*)

Fonte:
http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm

Quanto a nota (11*)  
Nesse Prefácio  de 1872 Marx diz que algumas dessas medidas poderiam ser "retocadas", mas que ele não mudaria em nada o que foi colocado no Manifesto.

Reproduzimos abaixo as partes deste prefácio sobre o assunto:

"Embora as condições tenham mudado muito nos últimos vinte e cinco anos, os princípios gerais expostos neste Manifesto continuam sendo hoje, em seu conjunto, plenamente atuais.
....
Não obstante, o Manifesto é um documento histórico que já não temos direito de modificar."
Karl Marx

O texto completo pode ser lido em:
http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunistaEmGalego/cap01.htm


Façamos então uma analise do que Marx propõe nas 10 "medidas" contidas no Manifesto Comunista:

No item um (1.) Marx diz que deveriam ser expropriadas as propriedades FUNDIÁRIAS (referente a terra, terrenos), Marx NÃO DIZ "latifundiárias" (grandes propriedades rurais), ou seja, toda a terra seria expropriada, ninguém teria terreno ou propriedade rural, consequentemente ninguém teria casa própria, tudo seria do estado.

Nos itens dois (2.) e três (3.) Marx fornece as ferramentas para executar o plano de expropriação - imposto progressivo, e, não existiria mais herança - então, quando o pai morresse o filho não ficaria com a herança, tudo que o pai tinha iria para o estado.
Com isso, em duas gerações não existiriam mais propriedades privadas, todos estariam nas mãos do estado.

Nos demais itens segue a mesma rotina... tudo nas mãos do estado.

Com base nestas orientações de Karl Marx aos seus seguidores o que marxistas atuais dizem de que nas nações que implantaram o socialismo marxista no século XX foram "capitalismo de estado" é uma desculpa mentirosa para o fracasso do socialismo, os líderes socialistas como Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, Ho Chi Min, Fidel Castro, Che Guevara, após a tomada do poder fizeram tudo como Marx ordenou e centralizaram tudo no estado socialista de acordo com as medidas que Marx relacionou no Manifesto.

Todas as nações que foram submetidas ao socialismo no século XX também executaram o item 7 das "medidas" que Marx colocou no Manifesto, onde Marx diz:

"7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.",

nas nações socialistas esse "plano comunitário" se chamou "Plano Quinquenal" que é um plano da produção econômica da nação com abrangência de 5 anos, que em nenhuma nação socialista funcionou a contento, uma vez que a economia não é uma ciência exata, a economia depende da ação humana e por isso é imprevisível a médio prazo.

Todas as nações que adotaram o socialismo marxista para implementar o que Marx escreveu no item 7 das "medidas" organizaram os seus "Comitês".

Cada uma delas tinha o seu "Comitê Central do Partido Comunista" e neles os proletários no poder faziam o "Plano Quinquenal" que iria gerir a economia centralizada do estado socialista.

 Reunião do Comitê Central da Alemanha Oriental (RDA) socialista em 1956

Reunião do Comitê Central do Partido Comunista cubano.

O fracasso do socialismo marxista nas 50 nações em que foi implantado no século XX foi igual em todas elas, o que prova que existe um padrão no socialismo marxista - ele sempre leva a nação ao totalitarismo, a estagnação econômica, a perda das liberdades individuais e por fim a falência social e econômica.

Mendigo cubano em Havana
A miséria para o povo foi a norma em todas as nações que adotaram o socialismo marxista


Mesmo diante desse colossal fracasso do marxismo no mundo os "intelectuais" marxistas ocidentais não desistiram!
Abandonaram definitivamente o marxismo revolucionário e abraçaram o marxismo "cultural destinado a mudar o "senso comum" da sociedade ocidental e prepara-la para a implantação do marxismo em todo o ocidente após a destruição da sociedade ocidental.

O marxismo "cultural" é aplicado em todas as faculdades de humanas, em especial nas disciplinas de história, geografia, jornalismo, pedagogia, sociologia, filosofia, artes, línguas, serviço social, Direito, dentre outras.
Os profissionais formados sob essa orientação disseminaram o marxismo nas escolas, na mídia, nas instituições culturais e em todas as fontes de informação, e a partir dai criaram "lutas" de minorias para simular a "luta de classes" marxista.
Após essa maciça ação cultural, que já vinha desde o fim da segunda guerra mundial, tomaram o poder político no EUA e por toda a América Latina, na Europa Ocidental também, na Europa Oriental não, porque tais nações sabem a desgraça que é a mentalidade socialista pois já foram socialistas até pouco tempo;.










quinta-feira, 14 de maio de 2015

O pensamento cristão

Pensamento Cristão

A história do pensamento cristão pode ser dividida do seguinte modo:

O Cristianismo, isto é, o pensamento do Novo Testamento.
Não vamos aqui tratar desse assunto por ser estritamente religioso.

Quanto a filosofia-teologia cristã temos:

A Patrística, a saber, o pensamento cristão desde o II ao VIII século, a que é devida particularmente a construção da teologia, da dogmática católica; Aurélio Agostinho

A Escolástica, a saber, o pensamento cristão desde o século IX até o século XV, criadora da filosofia cristã verdadeira e própria. Tomas de aquino.

O período patrístico.

O período patrístico é vital na história do cristianismo uma vez que contextualiza a informaçõe cristã primitiva a partir do momento da morte do último apóstolo entre 100 d.C até o iníco da Idade Média por volta de 341 d.C.

neste período acontece a coesão entre o judaísmo eo cristianismo em vários pontos teológicos.
A partir de cristianismo romano para as igrejas reformadas muitos conceitos cristãos básicos surgem nessa época, e dai para frente, a igreja vai acreditar na ortodoxia sobre todos os sectários heréticos.

Durante os duzentos primeiros anos dessa era a igreja estava sob perseguição de vários imperadores romanos.
Passou sua pior época com Diocleciano (303 d.C).
O cristianismo se tornou legalizado em Roma como uma religião na era de Constantino (321 d.C).
A cidade de Alexandria (Egito) emergiu como um centro de educação teológica cristã.
A cidade de Antioquia (Turquia) também se tornou um dos principais centros do pensamento cristão.
Na África do Norte ocidental surgiram homens como Tertuliano, Cipriano de Cartago, e Agostinho de Hipona.

Muitos dos debates desse tempo estão alojados tanto em questões teológicas como filosóficas, é importante considerar ambos os temas para entender esse período.
Nessa época ainda havia uma grande divisão na igreja em termos de linguagem, o grego no oriente e o latin no ocidental ocasionavam também barreiras políticas.

As principais figuras desse período foram:

Justino(100-165 d.C) foi um dos maiores apologistas cristãos que atuaram contra o paganismo. Ele foi um dos primeiros teólogos que tentou relacionar o evangelho a filosofia grega.
Ireneu de Lyon (130-200 d.C), foi eleito bispo da cidade francesa de Lyon por volta de 178 d.C. Ele é conhecido pelos seus escritos em "Contra as Heresias" onde defendeu a fé cristã contra o gnosticismo.
Clemente de Alexandria (150-215 d.C) foi um líder e escritor alexandrino com preocupação em explorar a relação entre o pensamento cristão e a filosofia grega.
Tertuliano (160-255 d.C) foi uma figura importante no início da teologia latina que produziu uma série de escritos polêmicos e apologéticos. Ele ficou conhecido por sua capacidade de cunhar novos termos latinos a partir do vocabulário teológico da igreja oriental de língua grega.
Orígenes (185-254 d.C) foi um dos maiores representantes da escola alexandrina de teologia, especialmente conhecido por sua exposição alegórica da escritura e o uso de idéias platônicas em teologia. Os originais de muitas de suas obras escritos em grego foram perdidos, por isso alguns são conhecidos apenas em latim.
Cipriano de Cartago (falecido em 258 d.C) foi um retórico de habilidade considerável que se converteu ao cristianismo em torno de 246, foi eleito bispo da Cartago em 248. Seus escritos se concentram principalmente na unidade da igreja e no papel de seus bispos na manutenção da ortodoxia e da ordem.
Atanásio (296-373 d.C) foi um dos defensores mais significativos da cristologia ortodoxa durante o período da controvérsia ariana. Eleito bispo de Alexandria em 328. Embora ele tenha sido apoiado no ocidente seus pontos de vista só foram reconhecidos pelo Concílio de Constantinopla (381 d.C) depois de sua morte.
Gregório de Nazianzo (329-389 d.C), é lembrado por seu escrito teológico "Cinco Orações" e uma compilação de excertos dos escritos de Orígenes chamado "Flocalia". Ele também escreveu em defesa da doutrina ortodoxa da Trindade.
Basilio de Cesaréia (330-379 d.C), residiu na Turquia. Ele é lembrado por seus escritos sobre a Trindade, especialmente quanto ao papel específico do Espírito Santo. Ele foi eleito bispo em 370.
Gregório de Nissa (330-395 d.C), é especialmente conhecido por sua vigorosa defesa da doutrina da Trindade.
Agostinho de Hipona (354-430 d.C) é amplamente considerado como o escritor patrístico mais influente. Ele se converteu ao cristianismo na cidade italiana de Milão no verão de 386. Retornou ao norte de África e foi feito bispo de Hipona em 395. Foi envolvido em duas controvérsias principais - a controvérsia donatista, com foco na igreja e sacramentos, e a controvérsia pelagiana, com foco na graça e pecado. Ele também fez contribuições substanciais para o desenvolvimento da doutrina da Trindade e da compreensão cristã da história.
Cirilo de Alexandria (morreu por volta de 444 d.C) foi um escritor nomeado patriarca de Alexandria em 412. Ele foi envolvido com a controvérsia sobre os pontos de vista cristológico de Nestório, e produziu grandes refutações e defesas da posição ortodoxa sobre as duas naturezas de Cristo .
Vicente de Lerins (morreu 449 d.C) foi um teólogo francês que se estabeleceu na ilha de Lerins. Ele é particularmente conhecido por sua ênfase sobre o papel da tradição e proteção contra inovações na doutrina da igreja.

Formação teológica durante o período patrístico

A teologia cristã, desde o seu início apelou à escritura e foi baseada na Bíblia.
O termo "canonical" foi usado para escolher o que seria incluído nas escrituras.
Para os escritores do Novo Testamento o termo "escrituras" se refere ao Antigo Testamento.

Tertuliano declarou que o Antigo Testamento estava ao lado dos escritos evangélicos e apostólicos.
Um acordo foi feito em um momento posterior de como os livros deveriam ser incluídos.
Atanásio em 367 d.C editou sua Carta Festal que juntou os 27 livros do Novo Testamento que passaram a ser a Bíblia cristã.

Num contexto em que grupos sectários foram distorcendo os significados o apelo à tradição tornou-se importante.
A palavra "tradição" significava "proferida."
Irineu a chamou de regra de fé.
Esta regra de fé foi fielmente preservada pela igreja apostólica e é encontrada nas Escrituras.
O termo "tradição" passou a significar "uma interpretação tradicional da Escritura".
Desta forma, a regra de fé foi comumente aceita pela igreja como a verdade das Escrituras e originou uma declaração, credo ou confissão sobre essas verdades (como o Credo dos Apóstolos).
A palavra "credo" vem do latim "eu acredito". Mais tarde declarações de fé eram conhecidas como confissões, como a Confissão de Fé de Westminster.
Estas seriam as bases da crença cristã e cada cristão deve ser capaz de aceitar e se comprometer com elas.
Um credo difere de uma confissão na medida em que é uma declaração universal das verdades mais simplistas da fé cristã.
O Credo dos Apóstolos é o credo mais conhecido da igreja cristã.
Ele é dividido em três seções que tratam de Deus, Jesus Cristo e do Espírito Santo.
O Credo Niceno é uma versão mais longa que destaca a relação entre Jesus Cristo e o Espírito Santo.

As duas naturezas de Cristo também foram um grande assunto controverso no período patrístico.
A conclusão foi de que Jesus Cristo era da mesma substância de Deus.
Duas escolas diferiam nas opiniões sobre isto:
a Escola Alexandrina colocou a tônica na divindade de Cristo;
e a escola Antiochene colocou ênfase na humanidade de Cristo.
Os debates versaram na controvérsia ariana de determinar se Jesus era Deus, ou um ser criado.
O Concílio de Nicéia (325 d.C) foi convocado por Constantino e resolveu a controvérsia ariana ao afirmar que Jesus era homônimo com o Pai, ou seja, da mesma substância.
Após a solução da polêmica sobre a divindade de Cristo a doutrina da Trindade foi aceita por completo.

A idéia básica por trás da Trindade é que há três pessoas na Divindade - Pai, Filho e Espírito Santo, e que as três são consideradas como igualmente divinas e de um estatuto igual.
A "doutrina da Igreja" também apareceu como um assunto importante, especialmente quanto à sua santidade.
Os donatistas argumentaram que a igreja era um corpo de santos onde os pecadores não tinham lugar.
Isto tornou-se particularmente importante quando os donatistas não queriam permitir a volta dos desertores da igreja e defenderam a sua expulsão.
Agostinho falou o oposto, afirmou que a igreja deve continuar a ser um corpo misto de santos e pecadores.
A santidade da igreja não depende da santidade dos seus membros, mas, de Jesus Cristo.

As doutrinas da graça também vieram à tona nos escritos de Agostinho sobre a heresia propagada por Pelágio, monge britânico que acreditava que o pecado de Adão não afeta nenhum dos seus descendentes.
Tão forte era a palavra de Agostinho contra Pelágio que ele ficou conhecido como o "doutor da graça".
Pelágio dizia que os recursos da salvação se formam dentro da humanidade, e Agostinho dizia que estavam unicamente em Cristo.
A ideia do pelagianismo pode ser resumida como "a salvação por mérito", enquanto que com Agostinho a "salvação é pela graça".
O Concílio de Cartago (418 d.C) decidiu adotar a doutrina da graça e condenou o pelagianismo em termos inflexíveis.
Nada mais óbvio!
Não interessava ao cristianismo uma "salvação" sem Cristo.

Santo Agostinho
Em latim Aurelius Augustinus
Nasceu em 13 de novembro de 354 em Tagaste, atual Argélia.
Morreu em 28 de agosto de 430 em Hipona.

Aurélio Agostinho destaca-se entre os patrísticos como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos.
Tomás de Aquino se inspirou na filosofia de Aristóteles, Agostinho inspirou-se em Platão, no neoplatonismo.
Agostinho fundiu o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que abordou sejam práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.

Filosofia

Agostinho estudou em Cartago.
Abandonou o maniqueísmo que havia adotado e abraçou a filosofia neoplatônica, a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal.
Adotou o cristianismo no ano 386.
Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. a conversão total só veio mais a frente.
Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio, isola-se durante alguns meses em companhia da mãe, do filho e de alguns discípulos perto de Milão.
Aí escreveu seus diálogos filosóficos, na Páscoa de 387 recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão.
Tinha então trinta e três anos.

Depois da conversão Agostinho abandona Milão e volta para Tagasta.
Funda um mosteiro numa das suas propriedades.
Ordenado padre em 391 e consagrado bispo em 395 governou a igreja de Hipona até à morte.
Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas.

As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são os diálogos filosóficos:
Contra os acadêmicos;
Da vida beata;
Os solilóquios;
Sobre a imortalidade da alma;
Sobre a quantidade da alma;
Sobre o mestre,;
Sobre a música;
Sobre os costumes;
Do livre arbítrio;
Sobre as duas almas;
Da natureza do bem.

Porém, em Agostinho a filosofia e a teologia andam juntas.
Também interessam à filosofia as obras teológicas e religiosas:
Da Verdadeira Religião.
As Confissões;
A Cidade de Deus;
Da Trindade;
Da Mentira.

Agostinho considera o platonismo como solução parcial do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral.

Seu interesse recai no problema de Deus e da alma por serem os mais importantes para a solução do problema da vida.
Agostinho resolve esse problema com o idealismo platônico.
Tem certeza da existência espiritual, daí tira uma verdade superior, origem de toda verdade particular.
E como para ver, além do olho é necessária a luz, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, é necessária uma luz espiritual.
Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as ideias platônicas - no Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias, os princípios formais das coisas e são os modelos dos seres criados.

É a transformação do idealismo platônico em teísmo cristão.

Porém, permanece a distinção gnosiológica platônica da aristotélica e tomista.
Seguindo a concepção platônica-agostiniana, não bastam para que se realize o conhecimento intelectual as forças naturais do espírito, deve existir uma iluminação de Deus.

Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão.
O corpo não é mau por natureza (Rousseau não foi inédito!), porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, tendo sido criada por Deus.
A alma nasce com o indivíduo humano e é uma específica criatura divina, como todas as demais.
Agostinho fica indeciso quanto a se a alma é criada diretamente por Deus ou provém da alma dos pais.
Certo é que a alma é imortal...

A natureza não entra nos interesses filosóficos de Agostinho, ele está restrito aos problemas éticos, religiosos, Deus e a alma.

A moral agostiniana é teísta e cristã, transcendente e ascética.
Uma característica da sua moral é a primazia do prático, da ação.
A vontade não é determinada pelo intelecto, mas precede-o.
Não obstante, Agostinho tem também atitudes teoréticas como quando afirma que Deus é possuído por um ato de inteligência.
Porém, a vontade é livre (primeira manifestação do livre arbítrio), e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus.
E deve-se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não tem realidade metafísica.
A vontade humana, portanto, é impotente sem a graça.
O problema da graça tem um interesse filosófico, pois se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem.
Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo.

Quanto à família Agostinho considera o celibato superior ao matrimônio, se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade.

Quanto à política, ele tem uma concepção negativa da função estatal, se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o estado seria inútil.
Para Agostinho a propriedade seria de direito positivo e não natural.
Nem a escravidão é de direito natural, mas conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social.
Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza humana já é corrompida, só pode ser superada mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.

A solução do problema do mal por ele achada foi a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão.
Agostinho nega a realidade metafísica do mal.
O mal não é ser, mas privação de ser, como a obscuridade é ausência de luz.
Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja Deus.
Assim é explicado o chamado mal metafísico, que não é o verdadeiro mal.
Quanto ao mal moral realmente existe a vontade que faz o mal, mas não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser.
Este não-ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser.
O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado original, por isso a humanidade foi punida com o sofrimento.
Como se vê, o mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda.

Remediou este mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação.

E, o mal moral e de suas conseqüências estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não permitir o mal...

Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus.
A Cidade de Deus é a obra maior de Agostinho.
Essa "cidade" tem semelhança com a cidade "perfeita" governada por sábios projetada por Platão na República.

Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana.
O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que é o governo divino do mundo.
Este conceito de providência é necessário para que a história tenha racionalidade.
O conceito de providência era impossível no pensamento grego por causa do dualismo metafísico.
Cristo tornara-se o centro sobrenatural da história, o seu reino, a cidade de Deus, é representada pelo povo de Israel antes da sua vinda a terra, e pela igreja depois da sua vinda.
Contra este cidade se ergue a cidade terrena, mundana, satânica.

Em vista disso tudo, podemos dizer que o cristianismo tem como base da sua teologia, o platonismo.
Pois a filosofia idealista de Platão conceituou a existência de um mundo ideal, perfeito, de onde tudo emana, ou seja, Deus.


A Escolástica

Escolástica foi uma escola medieval de filosofia, ou, um método de aprendizagem, ensinado por mestres em escolas e catedrais medievais entre o século XII e o século XVI.

Combinou lógica, metafísica e semântica em uma única disciplina, é reconhecido por ter desenvolvido bastante a nossa compreensão da lógica formal.

O termo "escolástico" é derivado da palavra grega "scholastikos", que significa "uso da leitura para aprender" ou "erudito", e também da palavra grega "scholeion" que significa "escola".

A Escolástica é mais conhecida por sua aplicação na teologia cristã medieval, especialmente nas tentativas de conciliar a filosofia dos antigos filósofos clássicos, especialmente Aristóteles, com a teologia cristã.
No entanto, a Escolástica do período final foi além da teologia, teve aplicações em muitos outros campos de estudo, incluindo epistemologia, filosofia da ciência, filosofia da natureza e psicologia.
Essencialmente a Escolástica foi um método de aprendizagem que utilizava o método socrático do diálogo e a lógica aristotélica, com perguntas e respostas, na busca de uma conclusão final.

Na Europa medieval a Lógica Formal foi uma das três artes originais, além da Retórica e da Gramática (Linguagem).

As características principais da Escolástica podem ser separadas como a seguir:

1. Trabalhar na aceitação e predominância da ortodoxia católica.
2. Dentro dessa ortodoxia, formular uma demonstração que Aristóteles foi um pensador melhor do que Platão.
3. Reconhecimento de que Aristóteles e Platão discordaram sobre a noção de universais (origem das ideias e das coisas), e que esta era uma questão vital a ser resolvida.
4. Deu destaque ao pensamento lógico e ao raciocínio silogístico (técnica iniciada por Aristóteles na argumentação lógica) .
5. Aceitação da distinção teológica entre "natural" e "revelado".
6. Tendência para contestar tudo longamente e pormenorizadamente.

O método escolástico tinha como procedimento padrão a leitura de um livro por um estudioso ou renomado autor (por exemplo a Bíblia, os textos de Aristóteles ou Santo Agostinho, etc), fazendo referência a outros documentos relacionados e fazendo comentários sobre eles, anotando quaisquer divergências e pontos de contenção.
Eram feitas argumentações sobre as divergências na direção de encontrar um acordo usando análise filológica (exame de palavras para múltiplos significados ou ambiguidades), e através da análise lógica (usando as regras da lógica formal) para chegar a consensos.
Estas consensos eram então combinados com "referências" (qualquer número de fontes para relatar os prós e os contras de uma questão), e depois relacionados em "súmulas", que eram resumos completos de todas as perguntas, como a conhecida "Súmula Teológica" de Thomas de Aquino, que pretendia explicar a totalidade da teologia cristã na época.

A escola escolástica tinha dois métodos de ensino:
- o "lectio", que era a simples leitura de um texto por um professor, que iria expor sobre certas palavras e ideias, mas, sem que fossem feitas perguntas;
- e o "disputatio", onde a questão a ser disputada era anunciada de antemão, e os estudantes propunham uma pergunta ao professor sem preparação prévia, e o professor iria responder, citando textos oficiais, como a Bíblia para provar a sua posição, e os estudantes iriam rebater a resposta, esse procedimento seria repetido o quanto fosse necessário, um escriba ia tomando nota para resumir o argumento.

A escolástica foi simultânea ao início da filosofia islâmica e em alguns pontos foi influenciada por ela.
A partir do século VIII a Escola Mu'tazila do Islã seguiu uma teologia racional conhecida como Kalam para defender seus princípios contra a Ash'ari escola mais ortodoxa, essa teologia pode ser vista como uma forma primitiva de escolástica.
Mais tarde, as escolas filosóficas islâmicas de Avicenísmo e Averroísmo exerceram grande influência sobre a escolástica.

Houve também uma evolução semelhante na filosofia judaica medieval, especialmente na obra de Maimônides (1237 - 1204).

Provavelmente o início da escolástica se deu com as obras de Abelardo e Lombard (1100 - 1160), em particular "Frases" deste último, que foi uma coleção de opiniões sobre os padres da igreja e de outras autoridades.

Outros escolásticos iniciais incluem Hugo de São Vitor (1078 - 1151), Bernard de Clairvaux (1090 - 1153), Hildegard de Bingen (1098 - 1179), Alain de Lille (1128 - 1202) e Joaquim de Fiore (1135-1202).

As ordens franciscanas e dominicanas do século XIII produziram alguns dos mais eminentes mestres da teologia escolástica, dentre eles: Alberto Magno, São Thomas de Aquino, Alexandre de Hales e São Boaventura.

Este período também viu o surgimento da teologia mística com Mechthild de Magdeburg (1210 - 1285) e Angela de Foligno (1248 - 1309), e da filosofia natural ou ciência natural com Roger Bacon e Robert Grosseteste.

A escolástica do século XIV em diante tornou-se mais complexa e sutil em suas distinções e argumentos, incluindo os nominalistas ou voluntaristas como William de Ockham.

Também notáveis durante esse período foram John Duns Scotus, Meister Eckhart, Marsílio de Pádua, John Wycliffe, Juliana de Norwich, Geert Groote, Catherine de Siena, Jean Gerson, Jan Hus e Thomas Kempis.

A escolástica foi superada pelo humanismo dos séculos XV e XVI e passou a ser vista como uma forma rígida, formalista e ultrapassada de estudar filosofia.
Foi brevemente revivida na escola espanhola de Salamanca no século XVI, e no renascimento escolástico católico do século XIX e início do século XX, embora com um foco direcionado em determinados escolásticos e suas respectivas escolas de pensamento, principalmente São Thomás de Aquino.

***

Thomas de Aquino (1225-1274)

Foi um padre católico da ordem dominicana e um dos teólogos medievais mais importantes.
Ele foi muito influenciado pela escolástica e por Aristóteles, é conhecido por ter feito uma síntese dessas duas tradições.

Embora ele tenha escrito muitas obras de filosofia e teologia ao longo de sua vida seu trabalho mais influente é a Suma Teológica, que consiste de três partes.

A primeira parte é sobre Deus.
Nela, ele fornece cinco provas da existência de Deus, bem como uma explicação de seus atributos.
Thomas defende a atualidade e incorporalidade de Deus como o motor imóvel e descreve como Deus se move através de seu pensamento e da sua vontade.

A segunda parte é sobre Ética.
Thomas argumenta a favor de uma variação da virtude ética aristotélica.
Ao contrário de Aristóteles ele defende uma conexão entre o homem virtuoso e Deus, explicando como o ato virtuoso é um ato em direção a bem-aventurança da visão beatifica (beata visio).

A última parte da Suma trata de Cristo e ainda não estava terminada quando Thomas morreu.
No trecho escrito ele mostra como Cristo não só oferece a salvação, mas representa e protege a humanidade na Terra e no Céu.
Esta parte também discute brevemente os sacramentos e escatologia.

O nascimento de Thomas de Aquino é comumente dado como 1227, mas ele provavelmente nasceu no início de 1225 no castelo de seu pai em Roccasecea em território napolitano.

Ele morreu no mosteiro de Fossanova em 07 de março de 1274.

Seu pai descendia de uma antiga família italiana e sua mãe era condessa normanda.
Aos cinco anos ele foi enviado para a sua primeira educação no mosteiro de Monte Cassino, onde o irmão de seu pai era abade.

Mais tarde estudou em Nápoles.

Por volta de 1243 ele decidiu entrar na ordem dominicana, mas, no caminho para Roma, foi parado por seus irmãos e trazido de volta ao castelo de San Giovanni, onde foi mantido prisioneiro por um ou dois anos e onde foi tentado de variadas formas demovê-lo a abandonar o seu propósito.
Finalmente, a família se rendeu e Thomas foi enviado para Colôgnia para estudar com Alberto Magno, onde chegou provavelmente no final de 1244.
Thomas acompanhou Alberto a Paris em 1245, permaneceu lá com seu professor e continuou seus estudos por três anos, retornaram ambos a Colôgnia em 1248.
Durante vários anos Thomas permaneceu estudando com Alberto, essa longa associação fez dele um estudioso abrangente e o levou permanentemente para o método aristotélico.

Por volta de 1252 Thomas foi para Paris para fazer mestrado, recebeu o grau e passou a ensinar em 1257, ensinou em Paris por vários anos e lá escreveu algumas das suas obras e começou outras.

Em 1259 ele estava presente em um capítulo importante da sua ordem na eleição do Papa Urbano IV.
No final de 1261 ele fixou residência em Roma.
Entre 1269-1271 esteve novamente em Paris.

Em 1272 a direção provincial de Florença lhe deu o poder para fundar uma nova escola em qualquer lugar que ele escolhesse, ele escolheu Nápoles.

No início de 1274 o Papa o escalou para participar do Concílio de Lyon e ele se comprometeu a ir, mesmo não estando bem, no caminho foi obrigado a parar no castelo de uma sobrinha e ficou gravemente doente.
Ele queria terminar seus dias em um mosteiro e por não ser possível ir para um mosteiro dominicano foi levado para Fossanova.
Lá, ele morreu e seus restos mortais foram preservadas

Os escritos de Thomas podem ser classificados como:
1. exegético, homilético, e litúrgico;
2. dogmático, apologético, e ético;
3. filosófico.

Suas obras principais foram:
Comentários sobre Job (1261-1265);
Salmos, que foi um relatório de discursos prestados por seu companheiro Rainaldo;
Isaías;
Catena aurea, que foi um comentário sobre os Evangelhos;
Comentário sobre Cânticos;
Hebreus;
Officium de corpore Christi (1264);
Tractatus de decem praeceptis;
Orationis expositio dominico;
Sermones pro Dominicis diebus et pro sanctorum solemnitatibus;
Sermones De Angelis, e Sermones de quadragesima.
De seus sermões apenas cópias existem.

De escritos filosóficos são catalogados treze comentários sobre Aristóteles, além de numerosos opúsculos filosóficos das quais quatorze são classificados como genuínos.

A maior obra de Thomas foi o Suma, e é a apresentação mais completa de seus pontos de vista.
Ele trabalhou com ela desde o tempo de Clemente IV (depois de 1265) até ao fim da sua vida.

A doutrina dos sacramentos de Thomas segue a cristologia.

Sobre ética temos:
... todos os atos da virtude são prescritos pela lei natural, como a razão de cada um naturalmente dita que ele aja virtuosamente.
Mas se falarmos de atos virtuosos considerados em si mesmos, ou seja, em suas próprias espécies, segue que nem todos os atos virtuosos são prescritos pela lei natural, pois muitas coisas são realizadas virtuosamente, mas cuja natureza para ela não se inclinava inicialmente, mas que, pelo inquérito da razão, foram percebidas pelos homens como condutivas ao bem estar.

Thomas de Aquino.



sábado, 9 de maio de 2015

Por que apenas os nazistas foram julgados por crimes de guerra e os fascistas não ?

Setenta anos do fim da Segunda Guerra Mundial

Esta semana foi comemorado os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, vou aproveitar a data para abordar aqui um tema, digamos, inédito, dos diversos acontecimentos da guerra e do pós guerra.

Trata-se do Tribunal de Nuremberg.


Esse tribunal foi estabelecido logo após o fim da guerra e tinha a incumbência de julgar crimes de guerra cometidos durante a guerra.

O que vou abordar é quanto aos réus.

Sabemos que os derrotados na Segunda Guerra Mundial, na Europa, foram a Alemanha nazista, a Itália fascista.
Porém, no Tribunal de Nuremberg só existiram réus alemães! Só existiram réus nazistas.
Não existiram réus italianos! Não existiram réus fascistas.

Por que?

Porque, me parece, na opinião dos vencedores da guerra (EUA, Inglaterra, França, URSS e demais aliados), apenas os nazistas cometeram crimes de guerra, os fascistas não cometeram crimes de guerra.

Apenas os nazistas eram racistas.

Acho isso algo importante para diferenciar o nazismo do fascismo.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Alexandria

No mundo antigo três cidades tiveram grande esplendor cultural, foram elas Atenas e Alexandria no mundo grego e Roma.
Vamos destacar uma delas, Alexandria.

Localização de Alexandria no Egito

Alexandria é uma cidade portuária no Mar Mediterrâneo no norte do Egito fundada em 331 a.C por Alexandre, o Grande.
Foi famosa na antiguidade como o local do grande farol, considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.
Além do farol Alexandria abrigava a Biblioteca, a Universidade e o Templo de Serapis, Alexandria foi em seu auge e mais próspera cidade do mundo!

A Fundação da Cidade

Depois de conquistar a Babilônia em 332 a.C, Alexandre, o Grande foi para o Egito com seu exército e conquistou o Egito dos faraós.
Alexandre fundou Alexandria na pequena cidade portuária de Racotis.
Diz-se que ele projetou a cidade que foi tão admirada mais tarde.
A cidade tinha recintos públicos magníficos e palácios reais que cobriam grande parte da cidade.
Posteriormente cada um dos reis que se sucederam tiveram amor ao esplendor e adicionaram ornamentos para os monumentos públicos e que fizeram a cidade crescer as suas próprias custas com uma arquitetura para além do que tinha no início.

Embora Alexandre tenha sido muito admirado pelos egípcios, foi até mesmo declarado um semideus pelo Oráculo de Siwa, Alexandre deixou o Egito alguns meses depois de sua chegada para marchar contra Tiro, na Fenícia.

Coube a seu comandante Cleomenes construir a cidade que Alexandre tinha imaginado.
Enquanto Cleomenes construia a cidade o Egito passou ao domínio de Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, dando início a dinastia ptolomaica que durou até o ano 30 a.C.
Após a morte de Alexandre em 323 a.C, Ptolomeu trouxe seu disputado corpo para Alexandria para ser sepultado.
O túmulo de Alexandre até os dias atuais ainda não foi descoberto.

Alexandria progrediu até superar a antiga capital do Egito, Memphis.
A cidade de Tiro (cidade fenícia conquistada por Alexandre) tinha sido uma cidade importante para o comércio na região, com a sua decadência, Alexandria preencheu o vazio que havia sido deixado.
Cartago, cidade originada de uma colônia fenícia no norte da África, que em grande parte se tornou próspera devido a queda de Tiro, ainda era uma jovem cidade portuária quando Alexandria começou a prosperar.
Sob os Ptolomeus, uma linhagem de reis gregos no Egito, Alexandria logo saltou para eminencia e acumulou riqueza e cultura.
Servindo como porto para o comércio entre a Europa, Oriente, Índia e Arábia.

A riqueza trouxe lazer e as artes.
Tornou-se a casa de uma biblioteca maravilhosa e escolas de filosofia representando todas as fases e graus mais avançados de pensamento.
Existia a crença geral de que o manto de Atenas tinha caído sobre os ombros de Alexandria.
A cidade cresceu e se tornou importante centro cultural na época, atraindo estudiosos, cientistas, filósofos, matemáticos, artistas e historiadores, dentre eles podemos citar:

Eratóstenes calculou a circunferência da terra em Alexandria.
Euclides ensinou na universidade.
Arquimedes. o grande matemático e astrônomo estudou e ensinou lá
O maior engenheiro e matemático de sua época, Heron, nasceu e viveu em Alexandria.
A Heron foi creditado incríveis façanhas da engenharia, incluindo a primeira máquina automática, uma bomba de força, e um teatro de figuras automatizadas que dançavam, entre suas invenções.

A Biblioteca de Alexandria

A biblioteca foi iniciada por Ptolomeu I (305-285 a.C) foi concluída por Ptolomeu II (285-246 a.C), que enviou convites a governantes e estudiosos pedindo-lhes para contribuir com livros.
Segundo historiadores havia espaço para até 70.000 rolos de papiro.
A maioria dos itens foram comprados, mas outros meios foram usados.
A fim de adquirir obras todos os navios que entravam no porto eram vistoriados e cada livro encontrado era levado para a biblioteca onde seria decidido se iriam devolvê-lo ou confisca-lo, ou fazer uma cópia.
Ninguém sabe quantos livros existiram na biblioteca de Alexandria, mas, as estimativas feitas calculam em 500.000.

Além da sua magnífica biblioteca, talvez o edifício mais estupendo tenha sido o templo de Serápis.
Os historiadores afirmam que o templo foi um dos monumentos mais grandiosos da civilização antiga perdendo apenas para o templo de Júpiter em Roma e para o Parthenon em Atenas.
O templo não era um único prédio, mas, um conjunto de edifícios, todos agrupados em torno de uma edificação central de dimensões mais vastas, levantava-se em pilares de grandes proporções e elementos graciosos.
O Serapião, como era chamado, era considerado pelos antigos como uma composição entre os arquitetos das pirâmides e os criadores da Acrópole de Atenas, uma mistura da arte grega e egípcia.

Quando Cartago aumentou o seu poder Alexandria foi relativamente pouco afetada em seu comércio, pois não ameaçava o poder naval dos cartagineses.
Mesmo após a queda de Cartago após as Guerras Púnicas (264-146 a.C), quando Roma tornou-se suprema no Mediterrâneo, e Alexandria foi submetida a influência romana, a cidade permaneceu próspera e continuou a atrair visitantes de todo o mundo.

As tensões crescentes em Roma entre Júlio César e Pompeu impactaram negativamente em Alexandria em 48 a.C.
Antes desta data, embora a cidade tenha experimentado sua parcela de problemas, manteve-se um ambiente estável.
Após a Batalha de Farsália, no entanto, em que César derrotou Pompeu, Pompeu fugiu para Alexandria em busca de refúgio e foi morto pelo co-regente Ptolomeu XIII.
César chegou a Alexandria e alegou indignação com a morte de seu ex-amigo e aliado.
Cesar declarou lei marcial, assumiu o palácio real, e colocou no lugar do co-regente exilado a sua irmã, Cleópatra.

Alexandria sob o domínio romano.

Após o assassinato de César em 44 a.C, Marco Antonio tornou-se consorte de Cleópatra, deixou Roma e foi para Alexandria.
A cidade se tornou sua base de operações durante os próximos 13 anos até que ele e Cleópatra foram derrotados por Otávio na batalha de Actium em 31 a.C.
No ano seguinte, Cleópatra e Antonio, com a chegada de Otávio ao Egito, cometeram suicídio e com sua morte a dinastia ptolomaica chegou ao fim.
Otávio se tornou o primeiro imperador de Roma com o título "Augusto".
Alexandria tornou-se a partir dai uma simples província do Império Romano sob o domínio de Otávio Augusto.
Augusto consolidou seu poder nas províncias e restaurou Alexandria e sob o seu reinado a Biblioteca de Alexandria ainda existia com milhares de pergaminhos e os visitantes ainda eram atraídos para a cidade como um lugar de aprendizagem.
Alexandria foi novamente depredada em 115 d.C na Guerra de Kitos (uma revolta de judeus contra o Império Romano) e foi novamente restaurada, desta vez pelo Imperador Adriano, que, como um homem que admirava a cultura, teve grande interesse em Alexandria.
Segundo a tradição a tradução grega da Bíblia foi feita em Alexandria, concluída em 132 d.C, e foi incorporada aos grandes livros da biblioteca na cidade.
A partir dai religiosos passaram a ir para Alexandria para frequentar a biblioteca, a quantidade de religiosos cristãos e judeus aumentou bastante e disputas entre eles e os antigos de Alexandria passaram a existir.
Depois que o imperador romano Constantino (272-337 d.C) assinou o Edito de Milão em 313 d.C, que decretou a tolerância religiosa, os cristãos não eram mais passíveis de serem processadas nos termos da lei e passaram a não só exigir mais direitos religiosos, mas, também, a atacar com violência aos antigos e judeus.

Alexandria sob o domínio do cristianismo.

Alexandria, que tinha sido uma cidade de prosperidade e de aprendizagem, tornou-se uma arena de disputas religiosas entre a nova fé dos cristãos, as antigas crenças e os judeus.
Os cristãos cada vez em maior número se tornaram ousados o suficiente para atacar os símbolos antigos na tentativa de derrubá-los.
Talvez em nenhum outro lugar do mundo mais do que em Alexandria foi sentida a mudança religiosa das antigas crenças para a nova crença, o cristianismo.
Sob o reinado de Teodósio I (347-395 d.C) as crenças antigas foram proibidas e o cristianismo institucionalizado.
Em 391 d.C o patriarca Teófilo seguiu o exemplo de Teodósio e destruiu todos os templos antigos de Alexandria ou os converteu em igrejas cristãs.
Até o ano de 400 d.C Alexandria estava em tumulto religioso constante, em 415 d.C essa disputa resultou no assassinato da filósofa e astrônoma Hipatia, a destruição dos rolos de papiros da grande Biblioteca de Alexandria e a completa destruição do templo de Serapis.
Após essa devastação diminuíram rapidamente a presença de estudiosos, cientistas e pensadores de todas as disciplinas em Alexandria, que saíram da cidade para locais mais seguros.
A cidade ficou progressivamente empobrecida após a ascensão do cristianismo, tanto financeiramente como culturalmente, e tornou-se cada vez mais um campo de batalha para guerras de fé.

Alexandria foi conquistada pelos persas sassânidas em 619 d.C.

O cristão Heráclio recapturou a cidade em 628 d.C, mas perdeu-a para os invasores árabes muçulmanos sob o Califa Umar em 641 d.C. e em 646 d.C e Egito caiu totalmente sob domínio islâmico.
As igrejas cristãs foram destruídas ou transformados em mesquitas e o prédio da antiga biblioteca foi queimado e completamente destruído pelos conquistadores muçulmanos.

O que não foi destruído pelas guerras religiosas foi tirado da face da terra pela natureza em 1.323 d.C devido a um terremoto, o farol foi destruído e grande parte da cidade foi para o fundo mar.

Em 1994 arqueólogos fizeram as primeiras descobertas de uma série de relíquias, estátuas e edifícios no litoral de Alexandria.
Tanto em terra como no mar têm sido constantemente escavado por Jean-Yves Empereur e sua equipe que continuam a trazer à luz a idade de ouro perdida de Alexandria.

 Foto da cidade atual

Uma foto da retirada do fundo do mar de uma estátua de Ptolomeu II 
pela equipe de Jean-Yves Empereur.




terça-feira, 5 de maio de 2015

Por que juízes ganham bem mais que professores ?

Tive uma conversa longa entre amigos sobre o tema do título.

Achei um assunto relevante e gostaria de tratar o assunto um pouco mais.

De início devemos destacar que não apenas professores tem salário baixo em relação a juízes, enfermeiros/as, policiais militares, lixeiros, trabalhadores em serviços públicos como água, luz, gás, esgotos, saúde pública, etc, também ganham pouco em relação a juízes apesar de trabalharem em serviços chamados "essenciais" para a sociedade, mas, que não são tão essenciais assim pelo salário que recebem.

Outro fato a se destacar é que isto não ocorre apenas no Brasil, isso ocorre, em maior ou menor grau, em todas as nações não desenvolvidas ou em desenvolvimento, países da África, América Latina, Oriente Médio (com exceção de Israel e, talvez, em ricos como Arábia), Ásia Meridional, Oceania (com exceção da Austrália e Nova Zelândia), nestas condições também possuem essa disparidade de salários entre juízes e professores, e demais profissões.

Mas, temos um outro fator a destacar, não são apenas juízes que tem salário alto em relação aos demais nestes países.
Existem outras profissões que também tem.

Por exemplo pilotos de avião de grandes companhias áreas ou de jatos executivos também ganham altos salários.
Médicos também em geral ganham altos salários.
Advogados criminalistas ganham altos salários.
Políticos ganham altos salários.
Executivos ganham altos salários.

E, por último, países desenvolvidos que possuem alto PIB per capita, tais como Alemanha, Holanda, Japão, Austrália, Canadá, Suécia, etc, neles a diferença é bem menor, os salários daquelas profissões que em países não desenvolvidos são baixos, neles sobem de valor e chegam perto dos altos salários.

Qual seria a causa destas disparidades ?

Na minha opinião são duas as causas;
1. o baixo PIB per capita nos países pobres.
2. a prioridade que o povo em geral atribui a tais profissionais.

O PIB per capita baixo força os salários da população a serem baixos.
Mas, por que não são todos baixos ?
Por que alguns, como os dos profissionais citados, são mais altos enquanto o restante é baixo?

Porque, na minha opinião, o povo respeita e dá grande importância, da prioridade, para tais serviços.

Ninguém dúvida que sua vida está nas mãos do piloto em uma viagem aérea entre o Brasil e Portugal!
As pessoas dão importância aos pilotos de avião, os respeitam é até mesmo os enaltecem.
Por isso pilotos ganham mais.

Muitos podem falar mal de políticos, mas, ninguém, via de regra, se nega a dar a mão ao prefeito da cidade, a um deputado federal, e tirar uma foto com Lula presidente então seria a glória para muitos!
Políticos, no "tete a tete", são gente respeitada pelo povo, por isso ganham mais.

O povo sabe que juiz "manda prender e manda soltar", e ninguém quer estar como réu na frente de um juiz! Juízes são gente respeitada pelo povo porque o povo sabe que da decisão deles depende a vida das pessoas, por isso eles ganham mais.

Médicos é até desnecessário falar, deles depende a vida das pessoas.

Advogados criminalistas também ganham bem porque podem tirar o sujeito da cadeia, as pessoas em geral não gostam de advogados, mas, os respeitam, e quando um filho vai preso os pais pagam o que um bom advogado pedir para tira-lo da cadeia, é também uma questão vital.

Executivos ganham bem porque deles depende a vida de uma grande empresa e de todos os milhares de empregados que trabalham nela, por isso eles ganham bem.

Então, em nações pobres, a sociedade "rateia" dinheiro para pagar melhor tais profissionais que consideram importantes, por isso eles ganham mais mesmo sendo um país pobre.
E se fosse pagar um salário mais alto para professores também teria que pagar para os demais, e isto é economicamente inviável em países pobres.

E tem uma outra profissão em que os expoentes, mesmo em países pobres, ganham salários altíssimos - jogadores de futebol, não todos, apenas os grandes craques, tais craques ganham entre 300 a 400 mil reais por mês no Brasil!
E ninguém reclama disso!
E não são poucos no Brasil...
Por que?
Porque o povo os adora.

Um exemplo internacional. Bill Gates, por que Bill Gates se tornou o homem mais rico do mundo?
Porque ele inventou o Windows, o Word, o Excel, mercadorias para as quais o povo deu grande importância e o mundo inteiro usa, por isso Bill Gates recebeu altos salários e ficou bilionário.
Porque o povo dá importância para o que ele faz.