sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A vida da família campesina na Idade Média

Os nobres e religiosos foram considerados os membros mais importantes da sociedade feudal, no entanto, eles nunca foram maioria da população, na Idade Média a maioria das pessoas eram agricultores.

Nem todos os agricultores tinham a mesma categoria e status social.
A maioria eram livres.
Entre estes alguns eram pequenos agricultores que viviam em sua própria terra, enquanto outros eram colonos que arrendavam um pequeno pedaço de terra chamado "feudo" de um nobre.
Arrendar uma terra era cultivar essa terra e dividir a produção em uma porcentagem combinada com o dono da terra.

Em menor quantidade, os servos eram os únicos que trabalham para manter o clero e a nobreza.

Desde o início da Idade Média o comércio e a vida urbana tinham diminuído consideravelmente na Europa, por isso, a terra tornou-se quase a única fonte de riqueza, mais do 90% da população vivia no campo no cultivo de cereais e criação de animais.

No entanto, a agricultura era muito pouco desenvolvida porque a nobreza dona da terra era contrária ao novo e gastaram seu dinheiro em armas e artigos de luxo em vez de destinar na produção de novas técnicas agrícolas ou a melhorias.
Depois de 600 anos de estagnação esta situação começou a mudar no final do século XI.

Os servos em sua maioria eram brancos e descendiam de escravos.
A servidão era hereditária, um servo por nascimento pertencia ao seu dono e não podia sair do feudo.
O homem que tinha servos podia vendê-los ou dá-los e se fosse necessário, puni-los.
Os servos geralmente eram mantidos na castelo de seu senhor, mas, também podiam trabalhar na terra.

Os homens livres eram ou colonos ou aldeões.

Os colonos arrendavam um pedaço de terra do nobre dono da terra, estes "feudos" eram herdados de geração em geração através de um contrato feito com o senhor feudal.
Os aldeões eram pequenos proprietários de terra que viviam em aldeias originadas em suas próprias terras, fora das terras dos nobres.
Em muitas partes da Europa como na Itália e na França, os aldeões eram a maioria da população.

Na atualidade, em virtude de um ensino de história pouco criterioso muitos pensam que na Idade Média as pessoas eram todas "servos", ou quase escravos, e submetidas ao domínio dos nobres, entretanto, isso é não é verdade, a maioria da população era livre, poucos eram servos.

Os servos em sua maioria descendiam dos derrotados nas guerras pela posse da terra na Europa depois da queda do império romano e no início do feudalismo, o senhor feudal descendia dos guerreiros vencedores dessas guerras iniciais pela posse da terra que antes pertencia ao império romano.

Os senhores feudais eram obrigados a defender militarmente as pessoas que viviam nas suas terras e dar-lhes abrigo em tempos de guerra.
Em troca dessa proteção, que era de suma importância para a colheita não ser roubada, o senhor feudal recebia uma anuidade em produtos agrícolas ou animais, e uma contribuição extra se fossem casados.
Também eram cobrados impostos em favor do senhor feudal para manutenção do aparato militar.
Essas obrigações podiam mudar de senhor para senhor e muitas vezes eram fonte de brigas entre o senhor e os habitantes do feudo.

As condições de vida dos camponeses era muito diversificada.
A vida dos camponeses era rústica.
Quase tudo que necessitavam tinha que ser por eles mesmos fabricados, como roupas, utensílios domésticos, e móveis, etc.
A cabana de uma família de camponeses geralmente consistia de uma sala grande terrea com uma mesa e bancos, a cozinha era nessa sala, e o local para dormir tinha colchões de palha e era localizado em um tablado na parte superior.
Nas cabanas também dormiam animais separados das pessoas por uma divisória de madeira.

 FEUDO

A família na Idade Média

A família campesina era grande, era encabeçada pelos cônjuges, o pai e a mãe, e seus filhos, familiares e parentes.
Esse tipo de família, com todos os parentes morando junto, existiu até pouco tempo atrás no campo, tanto na Europa como na América, no Brasil existiu até o início da segunda metade do século XX, em especial nas famílias de colonos italianos e alemães que vieram para o Brasil para trabalhar no campo depois da libertação dos escravos.

 Na foto temos uma família de imigrantes italianos agricultores no RGS, famílias desse tipo existiram em SP, PR, SC e RGS até o início dá segunda metade do século XX quando o sistema de colonato que existia desde a libertação dos escravos acabou no Brasil.
Esse tipo de família é idêntico ao que existia na Idade Média, pai, mãe, filhos e parentes ascendentes e descendentes juntos, alias, este tipo de família sempre existiu no mundo ocidental civilizado por todo o império romano e também existiu no OM e na África antes do domínio muçulmano.

Essa família era reconhecida como de posse de um contrato de arrendamento da terra que não podia ser encerrado enquanto a família existisse.
Tal família, compartilhando o mesmo lugar, trabalhando nos mesmos campos, ficavam enraizados nessa terra por gerações, era uma unidade social altamente coesa.

A falta de alimentos foi o grande problema dos camponeses medievais, por um lado, devido a senhores feudais que não cumpriam o contrato, e também em grande parte porque as colheitas não eram abundantes e devido a incapacidade para armazená-las.

A dieta camponesa era baseada no pão, legumes, vinho e cerveja.
A carne era reservada para ser consumida nas festas, que eram comuns, e peixes eram consumidos raramente.

Por motivos da pouca higiene e da convivência caseira com animais os campesinos, e também os nobres, eram costumeiramente vítimas de epidemias.
Como naquela época não haviam muitos médicos ou medicamentos, os doentes morrem facilmente e muitas pessoas faleciam jovens.

Existiam muitas festas e celebrações.
As principais celebrações eram religiosos, e entre eles destacavam-se o Natal e a Páscoa.
Existiam também festas semelhantes ao nosso carnaval quando as pessoas se fantasiavam, cantavam e dançavam.
Eram também realizadas festas para celebrar a colheita e abate de gado.
Às festas muitas vezes tinham a participação de artistas de rua que recitavam poemas, faziam malabarismo e números com animais.

Ao final do século XI a produção agrícola começou a aumentar, este fenômeno foi em grande parte devido a um clima mais quente e umidade mais baixa.
Houve também uma série de avanços importantes no trabalho de campo, o que contribuiu para o aumento da produtividade.
Entre as inovações temos o uso de rodas no arado em vez do uso do arado romano que não as tinha.
A substituição do boi pelo cavalo para arar os campos.
A introdução de rotação de três anos nas culturas, que consistia em alternar culturas diferentes a cada ano, o primeiro ano de trigo, o segundo ano legumes e cereais, e no terceiro ano o campo passou a não ser cultivado para poder descansar a terra.
Outros mecanismos de rotação também foram adotados.
Uma inovação importante no final do século XI foi o surgimento de ferreiros nas aldeias, isso permitiu que os aldeões construíssem seus próprios instrumentos sem depender das oficinas do senhor feudal.

Com a melhoria na economia a população aumentou.
Com mais gente no mesmo lugar começaram a surgir os desbravadores que iam a procura de outras terras para cultivo.
Essa recuperação mudou a vida na Europa Ocidental.
Com o desenvolvimento da agricultura e o surgimento de excessos de produtos o comércio na Europa que estava parado desde a queda do império romano voltou a existir.
Surgiram novas vilas e aldeias que logo aumentaram de tamanho se tornando cidades..

Isso foi o início do desenvolvimento europeu na cultura e na expansão dos meios de transportes que levou as grandes navegações e a descoberta da América e de outras terras, e ao Renascimento cultural e científico.

sábado, 8 de agosto de 2015

Por favor, obrigado.

Esta semana me aconteceram coisas que me fizeram pensar um pouco mais no que já penso eventualmente.

Em um dos dias da semana fui ao supermercado e dentre outras mercadorias fui comprar pão, compro no máximo dois pães, apesar de gostar muito de "pão com manteiga", isso engorda, e sou da turma que gosta dos "branquinhos", a outra turma é a dos "torradinhos".

Quando cheguei no balcão da padaria a moça que normalmente atende não estava, esperei alguns segundos e dai veio um rapaz me atender.
Fiz o meu pedido: quero um pão, branquinho.

Falei de forma natural e sem nenhuma entonação "superior" ou "depreciativa" muito menos, falei normalmente, da mesma forma quando chego no posto para comprar cigarros e peço: um Free, maço, azul.
O rapaz pegou o pão e pôs dentro do saquinho, pesou e me entregou, quando fui indo para o caixa apertei o pão, estava duro, mas, como muitas vezes, pães branquinhos que deveriam ser macios, não são, não dei importância, paguei e fui para casa.

Quando mais tarde fui abrir o saquinho para comer o pão eis que me surge um pão bem torrado!
E duro!
E nessa padaria os pães são sempre muito bons e macios.

Ai que eu fui lembrar que "algo" havia sido notado por mim no sujeito que me atendeu, algo errado, são "impressões" que costumo ter em função das "expressões corporais" que já estudei, e que agora ao ver o pão torrado se confirmaram, por alguma razão o sujeito não foi com a minha cara e quis "se vingar"!
Sorte que naquele dia eu não estava com muita vontade de comer o pão e aproveitei muito pouco dele.

Bom, hoje fui a outro supermercado, comprei algumas coisas e fui na padaria para comprar o bendito "pão branquinho"...

Antes de mim estava uma mulher, e ouvi o pedido dela: quero seis pães, branquinhos, por favor!
Epa!
Agora tem que pedir "por favor" para o atendente da padaria do supermercado, talvez, não ficar "ofendido" com a "petulância" de alguém em solicitar a ele um pão "branquinho"?
Pedir apenas educadamente já não basta?
Tem que pedir por favor?

Bom, eu sou radicalmente contra a essa "educação" de acrescentar o "por favor" quando a outra pessoa não está me fazendo favor algum, quando a outra pessoa está executando um trabalho profissional pela qual ela está sendo paga (por mim que sou o consumidor), portanto, é desnecessário o "por favor", já é suficiente pedir falando normalmente, naturalmente, como deveria ser ir comprar um pão... a coisa mais natural do mundo!
Mas, parece que em nosso tempo, isso não é mais natural, temos que tomar cuidado se o atendente, não vai se "ofender" com nosso petulante pedido!

Fiel aos meus princípios mandei bala de novo: quero um pão, branquinho.
Desta vez era uma moça a atendente, ela se dirigiu a bandeja de pães, pegou o garfo, pegou um pão, mostrou para mim e pergunto: está bom este?
Respondi que sim, ela pôs o pão no saquinho, pesou e me entregou, eu disse a ela: obrigado.
Ela mereceu o "obrigado".
Ela não tinha algo "pessoal" contra mim, o que seria um absurdo, mas o sujeito de outro dia tinha.

Fiquei feliz em saber que neste mundo atual onde a hipocrisia politicamente correta está se alastrando, ainda existem seres humanos que não foram afetados por essa ojeriza.

E, com certeza, irei continuar a usar o "por favor" quando ele realmente for justificado.
Mas, daqui para a frente, tomarei maiores cuidados quando "sentir" algo diferente.


quinta-feira, 30 de julho de 2015

Frase de Giorgio Agamben, filósofo italiano de esquerda.

Frase de Giorgio Agamben, filósofo italiano de esquerda.

"O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua.
Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro".

Giorgio Agamben, em entrevista a Peppe Salvà e publicada por Ragusa News, 16-08-2012.

Existe um padrão nos discursos e escritos de intelectuais de esquerda, socialistas e marxistas, vejamos:

. o foco primordial deles é criticar o capitalismo.

- eles não criticam o socialismo/marxismo apesar dos inúmeros fracassos já ocorridos no mundo do socialismo/marxismo. Eles adoram falar das "crises" do capitalismo e a criticar das mais variadas formas essa tal "crise", porém, da crise que levou a URSS socialista a extinção definitiva como nação eles não dizem nada, a não ser colocar a culpa em um suposto "capitalismo de estado"!

. eles inocentam Marx como mentor de todos os fracassos de nações socialistas (50) que existiram no século XX e colocam a culpa em seus colegas que instituíram governos socialistas/marxistas e fracassaram. A desculpa usada por todos eles é que "as ideias de Marx não foram aplicadas corretamente", apesar de os que aplicaram as ideias de Marx terem sido assíduos leitores de Marx, como Lenin e Che Guevara que leram Marx a fundo.

. eles jamais fizeram uma teoria sociológica de uma sociedade comunista onde conceituassem como seria a estrutura social dessa sociedade, com isso, até hoje, não sabemos como seria uma sociedade comunista, entretanto, eles continuam a cultuar o socialismo, cuja única sociedade que possui, oriunda de Marx, é a ditadura do proletariado.

. em todas as suas críticas eles se referem a "capitalismo".... porém, todas as grandes nações do ocidente são DEMOCRACIAS onde existe o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, e, na verdade, o que os "intelectuais" marxistas criticam e querem destruir é a DEMOCRACIA.


Vamos comentar a frase de Agamben:

Para um intelectual desse tipo as pessoas trabalharem é uma "liturgia" e não uma necessidade!
Em sua visão obtusa o objetivo do trabalho é o dinheiro...

Para ele as pessoas trabalham pelo dinheiro, e talvez ele pense que as pessoas comem dinheiro no café da manhã e no almoço!

Não passa pela cabeça dele que existem bilhões de humanos no planeta e nem todos podem ir plantar seu arroz ou feijão, cultivar uma horta ou criar galinhas e porcos, ou cortar o cabelo ou fazer seus próprios sapatos.

Não passa pela cabeça desse tipo de intelectual que em vista dessa impossibilidade os seres humanos estabeleceram a "divisão do trabalho" nos meios de produção em geral porque o sistema de trocas (escambo) que existia na antiguidade não é mais possível na atualidade devido a diversidade de produtos e valores - a única forma das pessoas obterem o que necessitam para viver é através de um "meio de pagamento" comum que todos aceitam - que é o dinheiro, que as pessoas recebem como salário em troca do trabalho, mas, ninguém é obrigado a ser assalariado, existem milhões de pessoas no mundo que trabalham por conta própria e cobram diretamente por seus serviços.

O dinheiro resolveu o problema do sapateiro que queria comer carne, mas, o açougueiro não precisava de sapatos e por isso não era possível trocar carne por sapato, é muito mais fácil o sapateiro vender o sapato que faz para quem quer comprar sapato e com o dinheiro da venda ir comprar carne no açougue.

Isso é uma coisa bem básica e a população toda sabe disso, menos os tais intelectuais... que tem o dinheiro como uma coisa maldita.
Eles não conseguem entender que o dinheiro é como todas as coisas que os humanos inventaram, serve para o bem e para o mal, da mesma forma que uma faca serve para descascar uma laranja também serve para ferir uma pessoa.

O grande problema da humanidade com esse tipo de gente "intelectual" é que eles não tem nada útil para fazer na vida, a única coisa que fazem é escrever e falar sempre e incessantemente a mesma coisa - criticar a sociedade, criticar o capitalismo.
E fazem isso dentro das escolas para os alunos, dentro da universidades, eles dizem isso para os alunos incessantemente, e fazem isso a já muito tempo, e essa doutrinação nas escolas na atualidade está gerando seus azedos frutos, muita gente, sem perceber, apoiam tais ideias que vão levar a sociedade a um beco sem saída, uma vez que tais "intelectuais" nada tem de bom para colocar no lugar do querem eliminar.


domingo, 26 de julho de 2015

Os intelectuais estão começando a odiar a Internet e as redes sociais.


Eles já odiavam "o sistema".

A muito tempo os intelectuais odeiam a democracia liberal de livre mercado, intelectuais como Adorno escreveram muitos livros para criticar o cinema, a TV e a sociedade democrática em geral.

Agora estão começando a odiar a Internet, já aconteceram manifestações deles contra a democracia da Internet, e cada vez mais eles passarão a atacar a essa possibilidade de manifestação livre e válida para todos os seres humanos e não para apenas alguns, dos quais eles faziam parte.

Por que os intelectuais odeiam a democracia de livre mercado e agora passaram a odiar a expansão da democracia que passou a existir com a Internet?

É um trauma antigo.
Os intelectuais quando eram crianças em geral iam bem na escola, faziam boas redações, inventavam boas histórias, sabiam falar poesias, etc, com essas atribuições eram os "queridinhos" da professora, eram elogiados e premiados, e tinham lugar especial na "sociedade" escolar.
Obtinham sucesso e aplausos no ambiente restrito da escola.
Porém, após formados, entram no mercado, é um outro mundo, o mercado livre é competitivo e premia a pessoas diferentes dos intelectuais...

Os milhões de consumidores, premiam aos empreendedores, aos craques de futebol, ao Bill Gates, ao inventor do WhatsApp, a Gisele Bündchen, ao Silvio Santos, ao Lula, ao pastor Edir Macedo, ao McDonald’s, aos DJs funkeiros, e aos fabricantes de celulares.
Entre um ingresso grátis para uma palestra do intelectual Umberto Ecco e um jogo do Flamengo a multidão de "imbecis" prefere ir ao jogo!

Os intelectuais ficam revoltados com essa nova situação fora da escola onde eles não são mais os protagonistas!
Criaram enorme ressentimento contra essa situação e procuraram um culpado por essa rejeição "injusta" a eles, que se consideram sábios.
Colocaram a culpa no sistema "injusto", colocaram a culpa na sociedade, na democracia liberal de livre mercado que não os premia como estavam acostumados a serem premiados na escola.

Esse ódio contra a sociedade liberal é antigo, vem desde que essa sociedade passou a existir a partir do ano de 1800.
O ódio a esse sistema "injusto" deu origem a ideologias políticas contrarias ao "sistema" e que passaram a almejar a sua destruição.

Os intelectuais encontraram abrigo para seu ódio no socialismo que quer a mesma coisa que eles, a destruição do "sistema opressor".

Agora com a Internet a ação da democracia passou a ser ainda mais contundente!

Por dois motivos.

Um, que a Internet passou a dar voz as pessoas em geral, todos podem se manifestar.

Dois, este mais constrangedor!
Quem está tendo essa liberdade de se manifestar são os que os socialistas e marxistas chamam de "proletários"...
E essa manifestação livre não tem nada da tal "luta de classes" que supostamente os "proletários" possuiriam..
Não, a Internet mostra que os "proletários" são seres individuais, que possuem valores individuais, que por norma discordam entre si, e que os "proletários" são críticos, mas não ao "sistema" como os intelectuais gostariam, mas sim, contra outros "proletários", contra outros indivíduos, e que os "proletários" mandam as favas a tal de "classe"!

A Internet e as redes sociais mostram que não existe a tal "consciência de classe" e menos ainda a tão sonhada por eles "luta de classes".
As redes sociais mostram que os humanos sejam eles, pobres, remediados ou ricos, são individualistas em suas manifestações e ações.

Por isso os intelectuais estão dirigindo ofensas generalizadas (imbecis) as redes sociais na Internet, elas não são da forma que eles gostariam que elas fossem!



ARTODOS NA FOLHA DE S.PAULO

Os imbecis estão ganhando?
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiodavila/2015/07/1654567-os-imbecis-estao-ganhando.shtml

Ainda sobre os imbecis
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergiodavila/2015/07/1657549-ainda-sobre-os-imbecis.shtml





quinta-feira, 23 de julho de 2015

Democracia, liberdade individual, mercado livre e igualdade


Se defendemos liberdade individual política e econômica isso nos leva a defender a democracia e o livre mercado, porém, ao defendermos isso, não podemos ao mesmo tempo querer que exista igualdade, pois os seres humanos não são iguais em habilidades, talentos, saúde, vontade, beleza, empreendedorismo e coragem para arriscar.

Exemplos empíricos para demonstrar o que estou querendo dizer:

Se defendemos a liberdade individual estaremos defendendo que todas as mulheres tenham liberdade para serem modelos, todas tem o direito de almejarem essa profissão e trabalharem firme para obtê-la.
Porém, por mais que se esforcem nem todas as mulheres obterão sucesso nessa profissão.
Existirão mulheres que na profissão de modelo receberão nota 10 dos empregadores e poderão ganhar 10 milhões por ano exercendo a profissão.
Outras receberão nota 7 e ganharão 7 milhões anuais, outras nota 5, outras nota 2 e muitas nota 0, não conseguirão ser modelos porque nenhum empregador irá dar trabalho a elas porque não tem talento para essa profissão específica.
Essa realidade, de que os seres humanos tem qualidades e talentos diferentes em grau nos leva ao fato que existirão modelos que ficarão milionárias e outras que não conseguirão chegar a tanto.
Não existe igualdade na profissão de modelo e consequentemente não existe igualdade no salário que elas recebem, isso leva a desigualdade.

Da mesma forma essa mesma realidade existe em todas as atividades humanas, por exemplo médicos e pedreiros.

Nem todos os médicos oftalmologistas se arriscam a fazer cirurgias no olho das pessoas...
Nem mesmo as pessoas se arriscam a fazer cirurgias no olho com o primeiro médico oftalmologista de plantão.
Não, apenas alguns médicos oftalmologistas tem talento e habilidade para fazer essas cirurgias...
Não que os médicos em geral não tenham conhecimento de como se faz tais cirurgias, trata-se de outra coisa, somente alguns médicos tem "a mão" privilegiada para fazê-las.
Evidentemente, tais médicos vão ganhar mais dinheiro que os demais!
Isso vai gerar desigualdade entre os médicos e com o mercado em geral.

Pedreiros a mesma coisa, nem todos os pedreiros tem capacidade para construir uma casa firme e bem construída, quem já trabalhou na área de construção sabe disso, para a simples atividade de assentar tijolos em uma parede é necessário habilidade diferenciada, porque se não tiver a parede vai ficar torta ou com "barrigas", e iessa habilidade não depende de "educação", de escolas, escolas podem formar pedreiros, mas, da mesma forma que escolas de modelo não conseguirão fazer todas as alunas serem nota 10, escolas de pedreiros não conseguirão que todos os pedreiro formados nelas sejam nota 10.
Tais pedreiros "nota 10" são "oficiais", os demais podem ser apenas serventes de pedreiro, evidentemente, os pedreiros "oficiais" recebem um salário maior, existem aqueles que trabalham por conta, após um certo tempo ficarão bem de vida, muitos ficam ricos, e estarão em uma situação desigual financeiramente falando em relação aos demais pedreiros e trabalhadores em geral.

Então, em uma democracia com livre mercado e liberdade individual, existirão pessoas ricas e pessoas milionárias e que obtém essa condição sem receberem herança, temos milhares de pessoas que poderíamos dar como exemplo: Bil Gates, Silvio Santos, Cristiano Ronaldo, Madona ou Guga, são alguns entre milhares desses exemplos de pessoas que não receberam heranças entretanto ficaram ricas usando apenas a sua habilidade diferenciada.
E são consideradas por muitos como protagonistas de desigualdade...

Democracia, liberdade individual, mercado livre existe na Austrália e na Coréia do Sul, nesses dois países, dentre outros, não existe igualdade, neles existem ricos e milionários, porém a qualidade de vida da população em geral é excelente, e é isso que importa.
Não importa se em uma nação existe o 1% de ricos que detém uma boa parte das riquezas... o que importa é que nessa mesma nação a maioria da população vive com excelente qualidade de vida.
Porém, querer que nessa mesma nação não existam uma minoria de miseráveis, ai é algo difícil, pois a perfeição não existe.

E se, uma nação diz possuir democracia, liberdade individual, mercado livre, porém, nela existem milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, alguma coisa errada está acontecendo com o governo dessa nação, a causa mais comum dessa situação são alta carga tributária, corrupção e desvio de grande parte do dinheiro público, e impunidade.




quinta-feira, 16 de julho de 2015

Por que as mulheres querem ser magras

Esse é um desejo recente das mulheres, no passado as mulheres não tinham essa preocupação, as pinturas antigas mostram mulheres que não eram magras.

O quadril largo, as coxas grossas, seios fartos, o rosto mais cheio eram traços valorizados no passado, nas classes mais avantajadas.
Os homens sempre preferiram esse tipo de mulher, por razões evolutivas, por ser esse tipo de corpo de mulher, no passado, mais propicio a reprodução.

O antigo modelo de beleza feminina.


Com isso, essa estética feminina era um tipo de submissão.

Isso mudou a partir da segunda metade do século XX.


Qual, ou quais, seriam as causas dessa mudança no comportamento feminino?

Pode-se se supor que a emancipação das mulheres provocou esse desejo de mudança, seria como uma prova de libertação de uma condição submissa anterior com respeito a estética do corpo da mulher.

Porém, essa pode não ser a única razão, as mulheres passaram a se casar bem mais velhas, a trabalhar fora, entraram no mercado, e o mercado normalmente tem predileção por jovens, e a magreza sempre foi uma característica da juventude.
E os homens, também preferem mulheres mais jovens.

Pode-se admitir também como motivação a mídia e as agências de modelos que só querem magras em seus desfiles, isso aumentou o culto a magreza, mas, sem dúvida, é uma motivação secundária.

O novo modelo de beleza feminina

Seja lá quais foram os motivos do culto a magreza, aconteceu algo inesperado!

As mulheres se libertaram do que existiu no passado, mas, foram envolvidas em outra forma de dominação, o mito da beleza baseado na magreza!
As mulheres se libertaram de padrões estéticos do passado, mas, foram submetidas a um novo tipo de obediência, a obediência aos novos padrões de beleza!
Para ser bonita precisa ser magra!

E com isso, surgiu um novo tipo de preconceito no universo feminino em relação a quem não se encaixa na nova regra.

Um novo preconceito a ser superado pelas mulheres?




segunda-feira, 13 de julho de 2015

Metafísica


Existe bastante confusão em torno desse termo.
Muitas interpretações lhe são atribuídas.
Na verdade, esse termo não deveria nem mesmo existir!

Aristóteles, considerado o primeiro "metafísico" e de cujos livros se origina o termo - jamais usou esse termo em seus escritos!
Aristóteles usava "filosofia primeira".


Penso que compreendo a escolha do nome feita por Aristóteles, por exemplo a Ética, faz parte da filosofia, mas, não é a "primeira", o assunto "ética" não é primordial, é um tema coadjuvante a filosofia "primeira".

A "filosofia primeira" não é propriamente uma filosofia, mas sim, um questionamento primordial, como por exemplo análises a partir da pergunta: por que existimos?
Ou, por que existe vida?

Tais questões eram para Aristóteles consideradas como "filosofia primeira".

Aristóteles fundou sua escola que se chamou "Liceu", depois de sua morte existiram outros filósofos que ficaram responsáveis pela escola, eram chamados de "escolares".

O último desses "escolares", que foi o décimo primeiro, foi Andrónico de Rodes, que viveu por volta do século I depois de Cristo, já em pleno domínio do Império Romano, Andrônico fez uma classificação das obras de Aristóteles, colocou os livros sobre "física" em um local no arquivo, e "depois" dos livros de física colocou os livros de Aristóteles sobre a "filosofia primeira", e colocou uma placa com os dizeres "livros depois dos de física", os romanos interpretaram essa classificação ao pé da letra, ou seja, tais livros tratavam do "o que vem depois da física" = metafísica..

Em grego "meta" quer dizer "depois", e física é o estudo do funcionamento da natureza.

E, os estudos que não eram sobre natureza, física, passaram a ser conhecidos como "metafísica".

E o significado dessa palavra, continua sendo o significado dado por Aristóteles a esse tema - a filosofia primeira.
Ou, podemos dizer, é o estudo filosófico das causas primeiras da existência.




terça-feira, 16 de junho de 2015

O direito a livre expressão foi banido nas democracias ocidentais?

Explosões  sexistas
João Pereira Coutinho

Artigo na Folha de São Paulo de hoje
http://ww
w1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/2015/06/1642546-explosoes-sexistas.shtml


O artigo coloca muito bem a questão, de uma forma que eu gosto muito, usando a ironia, mas, neste caso, vou tentar ser mais direto.

Na democracia atual uma pessoa não pode mais exercer seu direito a livre expressão se a sua opinião não coincidir com a de um determinado segmento ideológico da sociedade?

Vejam, a pessoa não está praticando uma ação física, não é um homem agredindo uma mulher, a pessoa está apenas falando a sua opinião, exercendo o seu direito inabalável de livre expressão.
Isso não pode mais ser feito se não bater com a opinião dos segmentos "oprimidos" da sociedade?
Pelo jeito eles não são mais oprimidos, passaram a ser opressores, pois estão julgando, condenando e aplicando a pena!

O amigo do autor do artigo, que pode até ser uma ficção do autor, não pode dizer que ele não gostaria de ver uma mulher fazendo a missa pelas razões que ele citou?
Porque ele pode ser punido duramente tanto psicologicamente como materialmente pela sociedade!
A opinião dele é apenas uma opinião, não quer dizer que vai ser assim...
Mesmo que ele não goste ele vai ter que ficar calado?

Em que século estamos vivendo?
Sécúlo XIII no auge da Inquisição?
Quando ninguém podia nem sequer pensar contra a ideologia imposta.
É nisso que estamos transformando a democracia?
Um lugar onde a "livre expressão" é apenas para alguns...
Para estes mesmos que querem proibir a força a livre expressão dos outros?

Eles podem, com certeza todos eles concordam que os jornalistas franceses podem debochar o quanto quiserem do profeta islâmico, não importa que isso seja uma ofensa para os islâmicos... não, é direito a livre expressão dos chaugisras franceses, mas, o cientista não pode dar a sua opinião nem que seja da forma informal que foi, ele será duramnete punido como foi.

Não estamos mais vivendo em democracia... estamos agora vivendo sob a imposição da ditadura do politicamente correto?

Sim, estamos, somos quase como bandidos a quem é dito, cuidado com o que vc fala, mesmo que seja uma simples opinião, pois poderá ser usada contra vc.

E só uma coisa mais para os que estão imbuídos dessa ideologia, existe uma ideologia maior que criou isso, e essa ideologia não tem limites nem ética, nem escrúpulos, e, o que vcs defendem hj, será usado contra vcs no futuro.

domingo, 7 de junho de 2015

A luta entre o ser ressentido contra o ser produtivo

Como seria a vida das pessoas em uma sociedade humana onde a expectativa de vida média fosse 25 anos?
Digamos, a maioria das pessoas nasciam e não chegavam até a idade adulta, uma sociedade onde velhos eram poucos!

Pois esta foi a realidade humana por milhares de anos!

Em todas as épocas, desde a antiguidade, na Grécia Clássica de Platão e Aristóteles, na Roma Imperial, na idade média, tanto na Europa cristã ou no mundo muçulmano, na idade moderna do mercantilismo escravocrata, até o início do século XIX, por todo esse tempo - os seres humanos viviam em média até 25 anos...

O que aconteceu na história humana no século XVIII e XIX que mudou essa dura realidade humana?

- O que aconteceu foi que na Inglaterra a monarquia absolutista mercantilista foi tirada do poder e um Parlamento composto por representantes eleitos nos diversos setores da sociedade, inclusive dos nobres, assumiu o poder, e este Parlamento nomeava um Gabinete com um primeiro-ministro e ministros nomeados por ele, que governavam a Inglaterra.
Esse sistema existe na Inglaterra desde 1707 até hoje.

Foi a primeira democracia representativa moderna.

Algumas décadas após (1750-1850) começou, também na Inglaterra a Revolução Industrial com diversas invenções, como o motor a vapor e as máquinas em geral, essa tecnologia substituiu a produção artesanal pela produção industrial, o trabalho que antes era manual passou a ser feito por máquinas com "divisão do trabalho" de trabalhadores em linhas de produção industrial.

Os trabalhadores que desde a antiguidade eram ou escravos ou servos, passaram a trabalhar por um salário, inicialmente baixo, mas, com o passar do tempo o salário foi melhorando gradativamente até atingir valores que propiciaram ao trabalhador ter uma boa qualidade de vida.

As mercadorias que antes eram caras e restritas a nobreza e ao clero, com a grande produção industrial e da "divisão do trabalho" diminuíram de preço e a população em geral teve acesso a elas.
Com a Revolução Industrial e as invenções que aconteceram o povo passou a ter acesso também a higiene, esgotos, água encanada, luz elétrica, melhoria na saúde e nos alimentos, melhoria nos transportes e nos remédios, as vacinas contiveram as pestes que antes matavam milhões, os antibióticos contiveram as inflamações, e hospitais com higiene e tecnologia passaram a cuidar dos doentes, as pessoas tiveram condições financeiras de comprar casas boas para morar, e com isso tudo a expectativa de vida dos seres humanos melhorou repentina em pouco mais de 100 anos!

A democracia parlamentarista inglesa e a revolução industrial inglesa foram as causas iniciais dessa transformação para melhor nas condições de vida do povo.

A seguir temos os dados da Encyclopædia Britannica ao longo da existência humana:

Época - Expectativa de vida 

Paleolitico - 33 anos
Neolitico - 20 anos

Grécia Clássica - 28 anos
Império Romano - 25 anos

Pré-colombiano - 28 anos
Idade Média, muçulmanos - 35 anos
Idade Média, feudalismo, Europa - 30 anos
Idad3e Moderna, mercantilismo - 30 anos

Final do século XVIII - 31 anos
Atualidade, média mundial - 67.2 anos 


Fontes:
http://global.britannica.com/EBche…/…/340119/life-expectancy
http://en.wikipedia.org/wiki/Life_expectancy

O sistema político-econômico iniciado na Inglaterra que propiciou essa grande melhoria na vida dos seres humanos tem o nome de Liberalismo, foi teorizado por John Locke e Adam Smith, expoentes do Iluminismo Escocês.

Porém, Karl Marx, devido a problemas pessoais e humilhações por cobranças de dívidas feitas quando saiu de casa em Trier aos 17 anos e foi para Bonn estudar Direito, o que desvirtuou sua vida até então cristã, e passando a ser, já aos 18 anos quando foi para Berlim estudar filosofia, um ateu com profundo ódio da sociedade - como sendo o "capitalismo" e por ele declarado ser um sistema opressor e malvado... e que deveria ser destruído!
Isso se tornou a ideologia abraçada pelos ressentidos do mundo.

Devido ao marxismo o "capitalismo" é hoje em dia odiado por milhões de seres humanos que foram enfeitiçados pela ilusão ideológica do "transformar o mundo" destruindo a sociedade atual.

É esta alucinação que domina na sociedade ocidental na atualidade...

Uma luta entre o ser ressentido contra o ser produtivo.



sexta-feira, 22 de maio de 2015

O gene e o meme

O que vem a ser "meme"?

Nas palavras do criador do termo temos:

"Exemplos de memes são melodias, idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos.
Da mesma forma como os genes se propagam no "fundo" pulando de corpo para corpo através dos espermatozóides ou dos óvulos, da mesma maneira os memes propagam-se no "fundo" de memes pulando de cérebro para cérebro por meio de um processo que pode ser chamado, no sentido amplo, de imitação. "
, Richard Dawkins.

Resolvi abordar esse tema depois de ver o vídeo de apresentação da palestra de abertura do evento Fronteiras do Pensamento em São Paulo na qual o apresentador discorre sobre o que, na opinião dele, seja o significado do termo "meme" criado pelo palestrante inicial do evento, Richard Dawkins, biólogo britânico conhecido pelo clássico "O gene egoísta" onde o termo "meme" apareceu.

O vídeo de abertura citado acima está em:
http://mais.uol.com.br/…/ateu-militante-e-criador-de-meme-r…&

No vídeo o apresentador entra no lugar comum e se refere ao "meme" como sendo o agente cultural que produz as nossas opiniões e a nossa forma de pensar até mesmo inconsciente!
Mais uma vez os arautos de que é a cultura que determina a opinião e ação das pessoas em ação!
É impressionante como a ideologia marxista "cultural" penetrou em tantas mentes intelectuais e as fez escravas do seu dogma!

O meme não quer dizer nada disso!
O meme é um replicador de INFORMAÇÃO e não de valores.
O meme não impõe valores na cabeça das pessoas, o meme apenas transfere INFORMAÇÃO de um cérebro para outro.
Como essa informação vai ser processada na mente de cada pessoa depende de cada pessoa e não do meme.
É como a autor diz no seu livro:
"Cada indivíduo tem sua própria maneira de interpretar as ideias (meme) de Darwin."

Para elucidar essa questão vou colocar a seguir parte do capitulo do livro "O gene egoísta" onde Richard Dawkins conceituou o termo "meme".


MEMES: OS NOVOS REPLICADORES

Até agora não falei muito a respeito do homem em especial, embora tampouco o tenha deliberadamente excluído.
Parte do motivo por eu ter usado o termo "máquina de sobrevivência" é que "animal" teria excluído as plantas e, para algumas pessoas, os seres humanos.
Os argumentos apresentados deveriam prima facie, aplicar-se a qualquer ser que evoluiu.
Se uma espécie constituir exceção, devem haver boas razões.
Há boas razões para supor que nossa própria espécie seja única?
Acredito que a resposta seja afirmativa.
Quase tudo que é incomum no homem pode ser resumido em uma palavra: "cultura".
Não usei a palavra em um sentido esnobe, mas como os cientistas a usam.
A transmissão cultural é análoga à transmissão genética no sentido de que embora seja basicamente conservadora, pode originar um tipo de evolução.
Geoffrey Chaucer não poderia manter conversação com um inglês contemporâneo, embora estejam ligados entre si por uma cadeia ininterrupta de cerca de vinte gerações de ingleses, cada um dos quais podia falar com seus vizinhos imediatos na cadeia, como um filho fala com seu pai.
A língua parece "evoluir" por meios não genéticos e a uma velocidade muito superior a da evolução genética.
A transmissão cultural não é característica apenas do homem.
O melhor exemplo que conheço entre os animais foi recentemente descrito por P. F. Jenkins no canto de uma ave "saddleback" que vive em ilhas próximas da Nova Zelândia.
Na ilha na qual ele trabalhou havia um repertório total de cerca de nove cantos diferentes.
Cada macho emitia apenas um ou alguns desses cantos.
Os machos podiam ser classificados em grupos dialetais.
Por exemplo, um grupo de oito machos possuindo territórios adjacentes, emitiam um canto específico chamado CC.
Outros grupos dialetais emitiam cantos diferentes.
Algumas vezes os membros de um grupo dialetal compartilhavam mais de um canto diferente. Comparando os cantos dos pais e filhos Jenkins mostrou que os padrões de canto não eram herdados geneticamente.
Cada macho jovem provavelmente adotaria por imitação os cantos de seus vizinhos de território, de modo análogo à linguagem humana.
Durante a maior parte do tempo em que Jenkins esteve lá, havia um número constante de cantos na ilha, um tipo de "fundo de cantos" do qual cada macho jovem obtinha seu próprio repertório pequeno.
Mas, ocasionalmente Jenkins teve o privilégio de testemunhar a "invenção" de um novo canto, a qual ocorria por um erro na imitação de um canto antigo.
Ele escreve: "Mostrou-se que novas formas de canto originam-se de várias maneiras pela mudança da altura de uma nota, repetição,
elisão de notas e combinação de trechos de outros cantos já existentes...
O aparecimento da nova forma era um acontecimento abrupto e o resultado era bastante estável durante vários anos.
Além disto, em vários casos a variante foi transmitida com precisão em sua nova forma a jovens, de modo que um grupo reconhecidamente coerente de cantores semelhantes se desenvolveu".
Jenkins se refere à origem dos novos cantos como "mutações culturais".
O canto nesta ave realmente evolui por meios não genéticos.
Há outros exemplos de evolução cultural nas aves e nos macacos, mas eles são apenas curiosidades interessantes.
É a nossa própria espécie que realmente mostra o que a evolução cultural pode fazer.
A linguagem é apenas um exemplo dentre muitos.
A moda nos vestidos e na alimentação, cerimônias e costumes, arte e arquitetura, engenharia e tecnologia, tudo isto evolui no tempo histórico de uma maneira que parece evolução genética altamente acelerada, mas que na realidade nada tem a ver com esta última.

No entanto, como na evolução genética, a mudança pode ser progressiva.
Há um sentido no qual a ciência moderna realmente é melhor do que a ciência antiga. 

Nossa compreensão do Universo não apenas muda com o passar dos séculos: ela melhora.
Sem dúvida, a atual explosão de aperfeiçoamento data apenas do Renascimento, o qual foi precedido por um período sombrio de estagnação no qual a cultura científica européia ficou congelada no nível atingido pelos gregos.
Mas, como vimos no Capítulo 5, a evolução genética também pode ocorrer como uma série de explosões curtas entre platôs estáveis.
A analogia entre a evolução cultural e a evolução genética tem sido freqüentemente enfatizada, algumas vezes num contexto de conotações místicas desnecessárias.
A analogia entre o progresso científico e a evolução genética pela seleção natural tem sido esclarecida especialmente por "Sir" Karl Popper.
Quero ir ainda mais além por direções que também estão sendo exploradas, por exemplo pelo geneticista L. L. Cavalli-Sforza, o antropólogo F. T. Cloak e o etólogo J. M. Cullen.
Como um darwinista entusiasta, tenho ficado insatisfeito com as explicações do comportamento humano oferecidas por outros entusiastas semelhantes.
Eles têm tentado procurar "vantagens biológicas" nos vários atributos da civilização humana.
Por exemplo, a religião tribal tem sido vista como um mecanismo de solidificação da identidade do grupo, importante para uma espécie que caça em bandos cujos indivíduos dependem da cooperação para capturar presas grandes e velozes.
O pressuposto evolutivo em termos do qual tais teorias são concebidas muitas vezes é implicitamente do tipo seleção de grupo, mas é possível reformular as teorias em termos de seleção gênica ortodoxa.
Talvez o homem tenha passado boa parte dos últimos milhões de anos vivendo em pequenos grupos de parentesco.
A seleção de parentesco e a seleção em favor do altruísmo recíproco poderão ter atuado sobre os genes humanos produzindo muitos de nossos atributos e tendências psicológicas básicas.
Essas idéias são plausíveis até certo ponto, mas acho que elas nem começam a enfrentar o enorme desafio de explicar a cultura, a evolução cultural e as imensas diferenças entre as culturas humanas espalhadas pelo mundo, do egoísmo absoluto dos Ik de Uganda, descrito por Colin Turnbull, ao altruísmo suave dos Arapesh de Margaret Mead.
Acho que temos que começar novamente e voltar aos primeiros princípios.
O argumento que proporei, que talvez pareça surpreendente provindo do autor dos capítulos anteriores, é que para uma compreensão da evolução do homem moderno devemos começar desprezando o gene como a única base de nossas idéias a respeito de evolução.
Sou um darwinista entusiasta, mas acho que o darwinismo é uma teoria grande demais para ser confinada ao contexto limitado do gene.
O gene entrará em minha tese como uma analogia, nada mais.
O que, afinal de contas, é tão especial a respeito dos genes?
A resposta é que eles são replicadores.
As leis da Física supostamente são verdadeiras em todo o universo acessível.
Existe um princípio da Biologia que possivelmente tenha uma validade universal semelhante?
Quando os astronautas viajarem para planetas distantes e procurarem vida, eles podem esperar encontrar criaturas por demais estranhas e misteriosas que possamos imaginar.
Mas, há alguma coisa que deva sempre caracterizar a vida, onde quer que ela se encontre e qualquer que seja a base de sua química?
Se existirem formas de vida cuja química é baseada em silício e não em carbono, ou em amônia e não água, se forem descobertas criaturas que morrem queimadas a -1000 C, se for encontrada uma forma de vida que não é baseada em química, mas em circuitos eletrônicos de reverberação, haverá, ainda assim, um princípio geral que se aplique à toda a vida?
Evidentemente eu não sei, mas se tivesse que apostar, confiaria meu dinheiro em um princípio fundamental.
Na lei de que toda a vida evolui pela sobrevivência diferencial de entidades replicadoras.
O gene, a molécula de DNA, por acaso é a entidade replicadora mais comum em nosso planeta.
Poderá haver outras.
Se houver, desde que certas outras condições sejam satisfeitas, elas quase inevitavelmente tenderão a tornarem-se a base de um processo evolutivo.
Mas temos que ir para mundos distantes a fim de encontrar outros tipos de replicadores e outros tipos resultantes de evolução?
Acho que um novo tipo de replicador recentemente surgiu neste próprio planeta.
Ele está nos encarando de frente.
Ainda está em sua infância, vagueando desajeitadamente num caldo primordial, mas já está conseguindo uma mudança evolutiva a uma velocidade que deixa o velho gene muito atrás.
O novo caldo é o caldo da cultura humana. Precisamos de um nome para o novo replicador, um substantivo que transmita a idéia de uma unidade de transmissão cultural, ou uma unidade de imitação.
"Mimeme" provém de uma raiz grega adequada, mas quero um monossílabo que soe um pouco como "gene".
Espero que meus amigos helenistas me perdoem se eu abreviar mimeme para meme.
Se servir como consolo, pode-se, alternativamente, pensar que a palavra está relacionada a "memória", ou à palavra francesa même.
Exemplos de memes são melodias, idéias, "slogans", modas do vestuário, maneiras de fazer potes ou de construir arcos.
Da mesma forma como os genes se propagam no "fundo" pulando de corpo para corpo através dos espermatozóides ou dos óvulos, da mesma maneira os memes propagam-se no "fundo" de memes pulando de cérebro para cérebro por meio de um processo que pode ser chamado, no sentido amplo, de imitação.

Se um cientista ouve ou lê uma idéia boa ele a transmite a seus colegas e alunos.
Ele a menciona em seus artigos e conferências.
Se a idéia pegar, pode-se dizer que ela se propaga, si própria, espalhando-se de cérebro a cérebro.
Como meu colega N. K. Humphrey claramente resumiu uma versão inicial deste capítulo: ". . . os memes devem ser considerados como estruturas vivas, não apenas metafórica mas tecnicamente.
Quando você planta um meme fértil em minha mente, você literalmente parasita meu cérebro, transformando-o num veículo para a propagação do meme, exatamente como um vírus pode parasitar o mecanismo genético de uma célula hospedeira.

.........

Nota. O capítulo continua, mas, daqui para frente o autor passa a falar do "meme de deus", de religião e dos sacerdotes (Dawkins é ateu militante) e notamos que sua palavra está mais para o que ele defende de forma pessoal do que de forma científica.

terça-feira, 19 de maio de 2015

O mundo atual e os três mundos que lhe deram origem

O mundo atual e os três mundos que lhe deram origem


Depois do final da segunda guerra mundial (1946) 
 surgiram "três mundos" no planeta:
 
Primeiro mundo (azul) - Composto pelas nações livres, democráticas e com economia liberal, chamadas de "capitalistas" por marxistas, tais nações após a segunda guerra progrediram e alcançaram excelente qualidade de vida e igualdade social.

Segundo mundo (vermelho) - Composto pelas nações que foram dominadas pelo socialismo, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que anexou diversas nações antes soberanas, era a principal fonte de propaganda marxista-leninista no planeta, além dela existia a China Comunista e diversas nações da Ásia a ela associadas, também existiam nações socialistas na África, na América existia Cuba.
Todas essas nações sem exceção se tornaram ditaduras socialistas e permaneceram pobres.

Terceiro Mundo (verde) - Composto por nações que não se enquadravam nas duas anteriores, não eram nem democracias liberais nem socialistas, e que continuavam medianas ou pobres, neste tipo os árabes estão incluídos.


Muita gente hoje em dia "se esquece" que existiu socialismo no mundo!
Em dezenas de nações!

Apoiados nesse "esquecimento" dizem que 1/5 da população do mundo é desenvolvido e 4/5 é pobre por causa do “capitalismo”.
Se “esquecem” que 50 nações do mundo foram socialistas no século passado !
30% da população mundial foi socialista no século passado !
E como sabemos, nos dois maiores países socialistas, URSS e China, foi um fracasso colossal, faliram na miséria.
E com isso geraram bilhões de pobres!

Como podem os marxista "culturais" dizer que 4/5 dos humanos do mundo são pobres por causa do “capitalismo” ?
Se 30% dos humanos do mundo a partir de 1917 foram marxista-socialista-comunista ?
- Não podem, esta é apenas mais uma mentira marxista.

Vamos apresentar a seguir uma tabela que mostra os países do mundo.

 Nela vamos ver:
- os países que atualmente tem boa qualidade de vida (IDH 2008).
- os países que foram socialistas.
- um grupo que chamei de “outros” que engloba países que tem qualidade de vida REGULAR ou RUIM (baseado no IDH)
- e outro grupo de países Árabes/Otomanos, que são países originados do Império Árabe e do Império Otomano, são muçulmanos e eles próprios dominaram vastas regiões do planeta, inclusive vastas regiões da África e da Europa, além do OM e Ásia.


Países Desenvolvidos (com IDH bom)



País População


Ilha Christmas (AU) - 361
Ilhas Cocos (AU) - 628
Vaticano - 990
Tokel (NZ) - 1455
Ilha Norfolk (AU) - 1828
Niue (NZ) - 2166
Svalbard (NU) - 2701
Ilhas Malvinas (UK) - 2967
Saint Pierre (FR) - 7065
Santa Helena (UK) - 7560
Montserrat (UK) - 9441
Anguilla (UK) - 13454
Wallis - 15125
Turks e Caicos (UK) - 21156
Ilhas Cook (NZ) - 21588
Ilhas Viirgens (UK) - 23043
Gibaltrar (UK) - 27984
San Marino - 29280
Mônaco - 32243
Liiechtenstein - 33990
Ilhas Cayman (UK) - 45470
Ilhas Feroé (DIN) - 47262
Samoa (USA) - 57781
Groenlândia (DIN) - 59361
Ilhas Marshall - 60471
Guernsey (UK) - 65428
Bermuda (UK) - 65775
Antígua - 69122
Ilhas Man (UK) - 75449
Seychelles - 81588
Marianas (USA) - 82462
Jersey (UK) - 91012
Ilhas Virg. (USA) - 108508
Tonga - 114422
Guam (USA) - 171564
S T Principe 193410
Guiana (FR) - 199596
Mayotte (FR) - 201633
Nova Cal. (FR) - 219494
Antilhas H. 222958
Polinésia (FR) - 274485
Barbados - 280870
Islândia - 299986
Bahamas - 359106
Maldivas - 359406
Brunei - 379361
Malta - 400800
Martinica (FR) - 436900
Guadeloupe (FR) - 452713
Luxemburgo - 478571
Bahrein - 698345
Guiana - 775283
Chipre - 784133
Catar - 883051
Trinidad - 1333000
Kuwait - 2466648
Emir. Árabes - 2723212
Omã - 3205583
Panamá - 3242232
Mauritânia - 3447920
Uruguai - 3447920
Porto Rico - 3944097
Irlanda - 4109932
Nova Zelândia - 4116461
Costa Rica - 4134500
Singapura - 4553324
Noruega - 4628041
Finlândia - 5238442
Dinamarca - 5468335
Israel - 6427819
Hong Kong - 6980686
Suíça - 7507300
Áustria - 8200691
Suécia - 9031774
Chade - 10239650
Bélgica - 10292388
Grécia - 10706670
Portugal - 11456212
Chile - 16285071
Holanda -16571401
Austrália - 20705437
Tawai - 23144384
Malásia - 24821136
Canadá - 33390592
Argentina - 40403943
Espanha - 40448100
Coréia do Sul - 49045671
Itália - 59147733
Inglaterra - 60776238
Brasil - 63000000 (estados com IDH bom)
França - 63713926
Tailândia - 65068149
Alemanha - 82400996
México - 108700891
Japão - 127433494
USA - 303048000

Subtotal - 1,34 bilhões de habitantes.
Porcentagem - 20,4% da população mundial.

 

Países que foram ou ainda são socialistas



País População


Cabo Verde - 420224
Macau - China - 453300
Montenegro - 651354
Timor-Leste - 924000
Estônia - 1324 - 893
Guiné-Bissau - 1472446
Eslovénia - 2009070
Macedônia - 2045262
Letônia - 2260192
Mongólia - 2874272
Armênia - 2972904
Lituânia - 3575617
Albânia - 3601112
Moldávia - 4320421
Croácia - 4493904
Bósnia - 4552494
Geórgia - 4646425
Turcomenistão - 5136081
Quirguistão - 5284281
Eslováquia - 5448373
Nicarágua - 5703689
Líbia - 6037563
Laos - 6522141
Tadjiquistão - 7077506
Bulgária - 7323349
Benin - 8078360
Azerbaijão - 8120974
Somália - 9119000
Bielorússia - 9725483
Guiné - 9948670
Hungria - 9956835
Sérvia - 10206821
Rep Checa - 10229138
Cuba - 11417356
Camboja - 14132398
Casaquistão - 16285519
Moçambique - 20906703
Iémen - 22212063
Romênia - 22276977
Coréia do Norte - 23302177
Uzbequistão - 27780895
Polônia - 38518984
Ucrânia -46300003
Etiópia - 76511887
Vietnã - 85262356
Rússia - 142200000
China - 1322000000

Subtotal - 2,04 bilhões de habitantes
Porcentagem - 30,8% da população mundial.


Outros



País População


Tuvalu - 11836
Nauru - 13248
Palau - 20503
São Cristóvão - 39158
Dominica - 68929
Andorra - 71249
Aruba - 71866
Granada - 89702
Kiribati - 105092
Micronésia - 108005
São Vicente - 117834
Santa Lúcia - 168312
Samoa - 176287
Vanuatu - 208754
Saara ocidental - 373008
Belize - 387084
Suriname - 458000
Dikibouti - 486703
Guiné Equat. - 540034
Ilhas Salomão - 558032
Comores - 698345
Fiji - 905354
Suazilândia - 1136297
Gabão - 1241602
Maurícia - 1241602
Gâmbia - 1639115
Botswana - 1688086
Gâmbia - 1688086
Lesoto - 2013141
Namíbia - 2055692
Butão - 2328291
Jamaica - 2780520
Libéria - 3194269
Congo - 3921018
Rep. C. Afric. - 4369703
Eritréia - 4907638
Togo - 5702991
Papua - 5796268
Serra Leoa - 6145426
Paraguai - 6667884
El Salvador - 6940932
Honduras - 7484902
Burundi - 8391426
Haiti - 8706622
Bolívia - 9119372
Rep. Dominic. - 9366595
Ruanda - 9908820
Tunísia - 10278951
Zâmbia - 11474795
Mali - 11995261
Angola - 12264503
Zimbabwe - 12311782
Senegal - 12522498
Níger - 12895856
Malaui - 13603464
Equador - 13752593
Burkina Faso - 14326736
Guatemala - 14775169
Costa do Marfim - 18013040
Camarões - 18060132
Madagáscar - 19449341
Sri Lanka - 20764776
Gana - 22931247
Venezuela - 26085281
Peru - 28675628
Nepal - 28902547
Uganda - 30263482
Afeganistão - 31890982
Argélia - 33333853
Marrocos - 33757682
Quênia - 36914590
Tanzânia - 38140356
Sudão - 42293486
África do Sul - 43998136
Colômbia - 44858434
Mianmar - 47374558
Congo - 65751512
Filipinas - 91077287
Brasil - 120987291 (estados sem IFH bom)
Nigéria - 135031164
Bangladesh - 150448340
Paquistão - 161488000
Indonésia - 234693997
Índia - 1130000000

Subtotal - 2,9 bilhões de habitantes.
Porcentagem - 44,2% da população mundial.


Árabes e otomanos



País População


Líbano - 3921048
Jordânia - 6053732
Síria - 19315752
Iraque - 27500456
Arábia Saudita - 27601599
Irã - 65397521
Turquia - 71158647
Egito - 80335036
Faixa de Gaza - 1482289
Cisjordania - 2536615

Subtotal - 305 milhões de habitantes.
Porcentagem - 4,6% da população mundial.

Total população do planeta = 6,6 bilhões de habitantes.



Nestas tabelas verificamos o seguinte:

Países desenvolvidos = 20.4% da população mundial.

Países que foram/são marxistas-socialistas = 30,8% da população mundial.

“Outros” países com qualidade de vida REGULAR ou RUIM = 44,2% da população mundial.

Países árabes/otomanos que tiveram impérios até o século XX = 4,6% da população mundial.

Vemos ai que a quantidade de humanos que foram marxistas é muito maior do que a quantidade de humanos que vivem hoje com boa qualidade de vida.
Socialistas foram 30,8% da população mundial !

E o que o socialismo trouxe para essas pessoas ?
Trouxe apenas miséria e pobreza.
Essa miséria sim foi causado por um sistema - o socialismo marxista.

Os 44,2% da população mundial que tem atualmente qualidade de vida REGULAR ou RUIM, sempre estiveram nesta condição por milênios !
Não foi o Liberalismo que surgiu no mundo no ano de 1800 d.C que causou essa pobreza !

Temos então que, até o ano de 1800 DC, apenas 0,01% da população mundial tinha vida boa - a realeza e o clero, e o restante do povo, 99,99% da população mundial, era pobre ou escravo.
Porém, nos últimos 200 anos, 20,4% da população mundial saiu da miséria - e quem propiciou isso foi o Liberalismo.

E poderia ter sido mais, se o marxismo não tivesse mantido 30,8% da população mundial na miséria.




Sobre o termo "burguesia" e as suas origens históricas.



Existem dois significados principais diversos:

1. o provindo do movimento de populações na Europa no final da Idade Média (Feudalismo);
2. e o significado ideológico inventado pelo marxismo.


Em algumas regiões da Europa depois da Peste Negra (1350) que dizimou milhões de pessoas que habitavam as cidades da Europa, os habitantes dos feudos saíram deles e foram para as cidades, nelas criaram zonas de habitação que ficaram conhecidas como "burgos", tais habitantes não necessariamente foram chamados de burguesia, mas, podiam ser.

Essa designação é muito diferente da designação marxista "burguesia".
"Burgueses" para Marx eram os donos dos "meios de produção" que exploravam os proletários roubando deles a "mais-valia".
Ou seja, eram os donos de indústrias que empregavam trabalhadores pagando a eles um salário pelo trabalho.

Então, para Marx tais empregadores eram "burgueses", "capitalistas", que exploravam os trabalhadores.
Porém, quanto ao termo usado por Marx - burguesia - não existe nenhuma prova de que tais empregadores tenham no passado residido em burgos!

Tanto o termo "burguesia" como "capitalismo" foram forjados por Marx para funcionarem como slogans ideológicos para os comunistas gritarem.

Vamos abrir aqui um parênteses para dar a palavra a Bakunin, o líder anarquista contemporâneo a Marx, vamos ver a opinião de Bakunin com respeito a Marx e Engels e o uso do termo "burguês" por eles, uma opinião importante pois trata-se de uma narrativa de acontecimentos reais que Bakunin presenciou:

Recollections on Marx and Engels
Written: 1869.

 https://www.marxists.org/…/…/bakunin/works/various/mebio.htm

"Os proletários alemães, Bornstadt, Marx, Engels, especialmente Marx, envenenaram a atmosfera.
Com vaidade, maledicência, intriga, ambição, arrogância e ostentando covardia na teoria e na prática.
Dissertações sobre vida, ações e emoções, mas com completa ausência de vida, ação e emoção, ausência total de vida.
Repugnantes elogios mútuos, e discurso vazio.
Segundo eles, Feuerbach é um "burguês", o epíteto BOURGEOIS! é gritado a exaustão por pessoas que são da cabeça aos pés burguesas mais do que ninguém, em suma, insensatez e mentiras, mentiras e insensatez.
Nesta atmosfera ninguém pode sequer respirar livremente.
Eu me mantive afastado deles e tenho declarado abertamente que não vou para a sua Kommunistischer Handwerkerverein [Sociedade dos Sindicatos Comunista], lá não vai ter nada a ver com esta organização.”

Mikhail Bakunin, 1869.

Continuando...

O nome correto dos donos de indústrias é "empresário" ou "empreendedor."
E o nome do sistema de livre mercado é "Liberalismo".

Marx cometeu uma grave omissão histórica, Marc faz uma ligação direta do feudalismo para o "capitalismo"!
E isso é ensinado nas faculdades do ocidente, em especial no Brasil.

Marx desconsiderou que entre o feudalismo e o "capitalismo" existiu toda uma época histórica na política e na economia europeia, o Mercantilismo, onde o trabalho era escravo.

A chegada ao estado democrático inglês de 1707 e a democracia no EUA em 1776 passou por todo um processo histórico que começou em 1640 na Inglaterra, e, não foi feito por burguesia alguma, simplesmente porque ela não existia, e o sistema de livre mercado com divisão do trabalho assalariado só foi possível a partir de 1800 devido a Revolução Industrial entre 1750 - 1850.

Os direitos individuais só foram surgir pela primeira vez na humanidade na Declaração de Independência do EUA, 300 anos depois do fim do feudalismo.

Então temos:

Idade Média - entre 500 d.C a 1500 d.C.
- Produção exclusivamente rural
- trabalho servil, o servo trabalhava nas terras do senhor feudal e dividia com ele a colheita.
- sistema político - feudalismo, existia um rei, mas, o poder estava nas mãos do senhor feudal.

Idade Moderna - entre 1500 d.C a 1800 d.C.
- Produção rural e comércio extrativista e mineral nas colônias.
- trabalho escravo nas colônias.
- sistema político - mercantilismo, o poder estava nas mãos do soberano absolutista, na metrópole.

Idade Contemporânea - entre 1800 até a atualidade.
- trabalho rural mecanizado, trabalho industrial com divisão do trabalho, comércio mundial. Liberalismo.
- produção agrícola, industrial e de serviços.
- sistema político - democracia representativa, Estado de Direito, Liberalismo.
 
Importante ressaltar que muitos países da América Latina (Brasil), África e Ásia nunca conseguiram chegar ao estágio liberal na maior parte dos casos devido a governos ditatoriais e corruptos que impediram a criação de instituições democráticas que pudessem dar sustentação ao sistema.

E também, importante lembrar, no século XX, 50 nações foram socialistas, mais de dois bilhões de pessoas estiveram sob o regime socialista e somente recentemente conseguiram se livrar do socialismo.
Por isso, jamais passaram perto do Liberalismo.


domingo, 17 de maio de 2015

Karl Marx em suas pregações revolucionárias só pretendia expropriar os "meios de produção" ?

Karl Marx em suas pregações revolucionárias só pretendia expropriar os "meios de produção" ?

É muito comum encontrarmos esse tipo de alegação em marxistas.
Marxistas em geral tentam de todas as formas "inocentar o mestre" e colocar a culpa nos seguidores que executaram suas ordens.
Em muitos casos conseguem pois praticam essa atividade como professores em sala de aula e os alunos estão propensos a acreditar em tais invenções pois estão vindo de um professor.

Mas, marxistas jamais conseguem enganar aqueles que conhecem o texto marxista e sabem o que Marx pensava e o que ele pregou por toda vida, e é muito fácil refutar tais mentiras, pois Marx deixou escrito o que ele almejava com a sua ideologia revolucionária.

O Manifesto Comunista é onde Marx colocou o que os comunistas deveriam fazer após a tomada do poder, no Manifesto Comunista Marx colocou as 10 "medidas" que deveriam ser executadas após a tomada do poder, isto está no capítulo II - Proletários e Comunistas.

Devemos lembrar um fato importante, Marx considerava o Manifesto Comunista um de seus escritos mais importantes!
Marx disse isso no Prefácio do seu livro "Uma Contribuição para a Crítica de Economia Política", escrito em 1859 onde está escrito:

"Para os trabalhos dispersos que, por aquela época, expusemos ao público as nossas ideias, sob vários aspectos, só citarei o Manifesto Comunista redigido em colaboração com Engels e por mim, e o Discurso Sobre Livre Arbítrio que publiquei."


Fonte:

A seguir o trecho no Manifesto Comunista de 1848 onde Marx estipula as 10 medidas:

Estas medidas (11*) serão naturalmente diversas consoante os diversos países.
Para os países mais avançados, contudo, poderão ser aplicadas de um modo bastante geral as seguintes:

1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.
2. Pesado imposto progressivo.
3. Abolição do direito de herança.
4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes(12*) e rebeldes.
5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.
6. Centralização do (13*) sistema de transportes nas mãos do Estado.
7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.
8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura.
9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, atuação com vista à eliminação gradual da diferença (14*) entre cidade e campo.
10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc. (15*)

Fonte:
http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/index.htm

Quanto a nota (11*)  
Nesse Prefácio  de 1872 Marx diz que algumas dessas medidas poderiam ser "retocadas", mas que ele não mudaria em nada o que foi colocado no Manifesto.

Reproduzimos abaixo as partes deste prefácio sobre o assunto:

"Embora as condições tenham mudado muito nos últimos vinte e cinco anos, os princípios gerais expostos neste Manifesto continuam sendo hoje, em seu conjunto, plenamente atuais.
....
Não obstante, o Manifesto é um documento histórico que já não temos direito de modificar."
Karl Marx

O texto completo pode ser lido em:
http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunistaEmGalego/cap01.htm


Façamos então uma analise do que Marx propõe nas 10 "medidas" contidas no Manifesto Comunista:

No item um (1.) Marx diz que deveriam ser expropriadas as propriedades FUNDIÁRIAS (referente a terra, terrenos), Marx NÃO DIZ "latifundiárias" (grandes propriedades rurais), ou seja, toda a terra seria expropriada, ninguém teria terreno ou propriedade rural, consequentemente ninguém teria casa própria, tudo seria do estado.

Nos itens dois (2.) e três (3.) Marx fornece as ferramentas para executar o plano de expropriação - imposto progressivo, e, não existiria mais herança - então, quando o pai morresse o filho não ficaria com a herança, tudo que o pai tinha iria para o estado.
Com isso, em duas gerações não existiriam mais propriedades privadas, todos estariam nas mãos do estado.

Nos demais itens segue a mesma rotina... tudo nas mãos do estado.

Com base nestas orientações de Karl Marx aos seus seguidores o que marxistas atuais dizem de que nas nações que implantaram o socialismo marxista no século XX foram "capitalismo de estado" é uma desculpa mentirosa para o fracasso do socialismo, os líderes socialistas como Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, Ho Chi Min, Fidel Castro, Che Guevara, após a tomada do poder fizeram tudo como Marx ordenou e centralizaram tudo no estado socialista de acordo com as medidas que Marx relacionou no Manifesto.

Todas as nações que foram submetidas ao socialismo no século XX também executaram o item 7 das "medidas" que Marx colocou no Manifesto, onde Marx diz:

"7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.",

nas nações socialistas esse "plano comunitário" se chamou "Plano Quinquenal" que é um plano da produção econômica da nação com abrangência de 5 anos, que em nenhuma nação socialista funcionou a contento, uma vez que a economia não é uma ciência exata, a economia depende da ação humana e por isso é imprevisível a médio prazo.

Todas as nações que adotaram o socialismo marxista para implementar o que Marx escreveu no item 7 das "medidas" organizaram os seus "Comitês".

Cada uma delas tinha o seu "Comitê Central do Partido Comunista" e neles os proletários no poder faziam o "Plano Quinquenal" que iria gerir a economia centralizada do estado socialista.

 Reunião do Comitê Central da Alemanha Oriental (RDA) socialista em 1956

Reunião do Comitê Central do Partido Comunista cubano.

O fracasso do socialismo marxista nas 50 nações em que foi implantado no século XX foi igual em todas elas, o que prova que existe um padrão no socialismo marxista - ele sempre leva a nação ao totalitarismo, a estagnação econômica, a perda das liberdades individuais e por fim a falência social e econômica.

Mendigo cubano em Havana
A miséria para o povo foi a norma em todas as nações que adotaram o socialismo marxista


Mesmo diante desse colossal fracasso do marxismo no mundo os "intelectuais" marxistas ocidentais não desistiram!
Abandonaram definitivamente o marxismo revolucionário e abraçaram o marxismo "cultural destinado a mudar o "senso comum" da sociedade ocidental e prepara-la para a implantação do marxismo em todo o ocidente após a destruição da sociedade ocidental.

O marxismo "cultural" é aplicado em todas as faculdades de humanas, em especial nas disciplinas de história, geografia, jornalismo, pedagogia, sociologia, filosofia, artes, línguas, serviço social, Direito, dentre outras.
Os profissionais formados sob essa orientação disseminaram o marxismo nas escolas, na mídia, nas instituições culturais e em todas as fontes de informação, e a partir dai criaram "lutas" de minorias para simular a "luta de classes" marxista.
Após essa maciça ação cultural, que já vinha desde o fim da segunda guerra mundial, tomaram o poder político no EUA e por toda a América Latina, na Europa Ocidental também, na Europa Oriental não, porque tais nações sabem a desgraça que é a mentalidade socialista pois já foram socialistas até pouco tempo;.










quinta-feira, 14 de maio de 2015

O pensamento cristão

Pensamento Cristão

A história do pensamento cristão pode ser dividida do seguinte modo:

O Cristianismo, isto é, o pensamento do Novo Testamento.
Não vamos aqui tratar desse assunto por ser estritamente religioso.

Quanto a filosofia-teologia cristã temos:

A Patrística, a saber, o pensamento cristão desde o II ao VIII século, a que é devida particularmente a construção da teologia, da dogmática católica; Aurélio Agostinho

A Escolástica, a saber, o pensamento cristão desde o século IX até o século XV, criadora da filosofia cristã verdadeira e própria. Tomas de aquino.

O período patrístico.

O período patrístico é vital na história do cristianismo uma vez que contextualiza a informaçõe cristã primitiva a partir do momento da morte do último apóstolo entre 100 d.C até o iníco da Idade Média por volta de 341 d.C.

neste período acontece a coesão entre o judaísmo eo cristianismo em vários pontos teológicos.
A partir de cristianismo romano para as igrejas reformadas muitos conceitos cristãos básicos surgem nessa época, e dai para frente, a igreja vai acreditar na ortodoxia sobre todos os sectários heréticos.

Durante os duzentos primeiros anos dessa era a igreja estava sob perseguição de vários imperadores romanos.
Passou sua pior época com Diocleciano (303 d.C).
O cristianismo se tornou legalizado em Roma como uma religião na era de Constantino (321 d.C).
A cidade de Alexandria (Egito) emergiu como um centro de educação teológica cristã.
A cidade de Antioquia (Turquia) também se tornou um dos principais centros do pensamento cristão.
Na África do Norte ocidental surgiram homens como Tertuliano, Cipriano de Cartago, e Agostinho de Hipona.

Muitos dos debates desse tempo estão alojados tanto em questões teológicas como filosóficas, é importante considerar ambos os temas para entender esse período.
Nessa época ainda havia uma grande divisão na igreja em termos de linguagem, o grego no oriente e o latin no ocidental ocasionavam também barreiras políticas.

As principais figuras desse período foram:

Justino(100-165 d.C) foi um dos maiores apologistas cristãos que atuaram contra o paganismo. Ele foi um dos primeiros teólogos que tentou relacionar o evangelho a filosofia grega.
Ireneu de Lyon (130-200 d.C), foi eleito bispo da cidade francesa de Lyon por volta de 178 d.C. Ele é conhecido pelos seus escritos em "Contra as Heresias" onde defendeu a fé cristã contra o gnosticismo.
Clemente de Alexandria (150-215 d.C) foi um líder e escritor alexandrino com preocupação em explorar a relação entre o pensamento cristão e a filosofia grega.
Tertuliano (160-255 d.C) foi uma figura importante no início da teologia latina que produziu uma série de escritos polêmicos e apologéticos. Ele ficou conhecido por sua capacidade de cunhar novos termos latinos a partir do vocabulário teológico da igreja oriental de língua grega.
Orígenes (185-254 d.C) foi um dos maiores representantes da escola alexandrina de teologia, especialmente conhecido por sua exposição alegórica da escritura e o uso de idéias platônicas em teologia. Os originais de muitas de suas obras escritos em grego foram perdidos, por isso alguns são conhecidos apenas em latim.
Cipriano de Cartago (falecido em 258 d.C) foi um retórico de habilidade considerável que se converteu ao cristianismo em torno de 246, foi eleito bispo da Cartago em 248. Seus escritos se concentram principalmente na unidade da igreja e no papel de seus bispos na manutenção da ortodoxia e da ordem.
Atanásio (296-373 d.C) foi um dos defensores mais significativos da cristologia ortodoxa durante o período da controvérsia ariana. Eleito bispo de Alexandria em 328. Embora ele tenha sido apoiado no ocidente seus pontos de vista só foram reconhecidos pelo Concílio de Constantinopla (381 d.C) depois de sua morte.
Gregório de Nazianzo (329-389 d.C), é lembrado por seu escrito teológico "Cinco Orações" e uma compilação de excertos dos escritos de Orígenes chamado "Flocalia". Ele também escreveu em defesa da doutrina ortodoxa da Trindade.
Basilio de Cesaréia (330-379 d.C), residiu na Turquia. Ele é lembrado por seus escritos sobre a Trindade, especialmente quanto ao papel específico do Espírito Santo. Ele foi eleito bispo em 370.
Gregório de Nissa (330-395 d.C), é especialmente conhecido por sua vigorosa defesa da doutrina da Trindade.
Agostinho de Hipona (354-430 d.C) é amplamente considerado como o escritor patrístico mais influente. Ele se converteu ao cristianismo na cidade italiana de Milão no verão de 386. Retornou ao norte de África e foi feito bispo de Hipona em 395. Foi envolvido em duas controvérsias principais - a controvérsia donatista, com foco na igreja e sacramentos, e a controvérsia pelagiana, com foco na graça e pecado. Ele também fez contribuições substanciais para o desenvolvimento da doutrina da Trindade e da compreensão cristã da história.
Cirilo de Alexandria (morreu por volta de 444 d.C) foi um escritor nomeado patriarca de Alexandria em 412. Ele foi envolvido com a controvérsia sobre os pontos de vista cristológico de Nestório, e produziu grandes refutações e defesas da posição ortodoxa sobre as duas naturezas de Cristo .
Vicente de Lerins (morreu 449 d.C) foi um teólogo francês que se estabeleceu na ilha de Lerins. Ele é particularmente conhecido por sua ênfase sobre o papel da tradição e proteção contra inovações na doutrina da igreja.

Formação teológica durante o período patrístico

A teologia cristã, desde o seu início apelou à escritura e foi baseada na Bíblia.
O termo "canonical" foi usado para escolher o que seria incluído nas escrituras.
Para os escritores do Novo Testamento o termo "escrituras" se refere ao Antigo Testamento.

Tertuliano declarou que o Antigo Testamento estava ao lado dos escritos evangélicos e apostólicos.
Um acordo foi feito em um momento posterior de como os livros deveriam ser incluídos.
Atanásio em 367 d.C editou sua Carta Festal que juntou os 27 livros do Novo Testamento que passaram a ser a Bíblia cristã.

Num contexto em que grupos sectários foram distorcendo os significados o apelo à tradição tornou-se importante.
A palavra "tradição" significava "proferida."
Irineu a chamou de regra de fé.
Esta regra de fé foi fielmente preservada pela igreja apostólica e é encontrada nas Escrituras.
O termo "tradição" passou a significar "uma interpretação tradicional da Escritura".
Desta forma, a regra de fé foi comumente aceita pela igreja como a verdade das Escrituras e originou uma declaração, credo ou confissão sobre essas verdades (como o Credo dos Apóstolos).
A palavra "credo" vem do latim "eu acredito". Mais tarde declarações de fé eram conhecidas como confissões, como a Confissão de Fé de Westminster.
Estas seriam as bases da crença cristã e cada cristão deve ser capaz de aceitar e se comprometer com elas.
Um credo difere de uma confissão na medida em que é uma declaração universal das verdades mais simplistas da fé cristã.
O Credo dos Apóstolos é o credo mais conhecido da igreja cristã.
Ele é dividido em três seções que tratam de Deus, Jesus Cristo e do Espírito Santo.
O Credo Niceno é uma versão mais longa que destaca a relação entre Jesus Cristo e o Espírito Santo.

As duas naturezas de Cristo também foram um grande assunto controverso no período patrístico.
A conclusão foi de que Jesus Cristo era da mesma substância de Deus.
Duas escolas diferiam nas opiniões sobre isto:
a Escola Alexandrina colocou a tônica na divindade de Cristo;
e a escola Antiochene colocou ênfase na humanidade de Cristo.
Os debates versaram na controvérsia ariana de determinar se Jesus era Deus, ou um ser criado.
O Concílio de Nicéia (325 d.C) foi convocado por Constantino e resolveu a controvérsia ariana ao afirmar que Jesus era homônimo com o Pai, ou seja, da mesma substância.
Após a solução da polêmica sobre a divindade de Cristo a doutrina da Trindade foi aceita por completo.

A idéia básica por trás da Trindade é que há três pessoas na Divindade - Pai, Filho e Espírito Santo, e que as três são consideradas como igualmente divinas e de um estatuto igual.
A "doutrina da Igreja" também apareceu como um assunto importante, especialmente quanto à sua santidade.
Os donatistas argumentaram que a igreja era um corpo de santos onde os pecadores não tinham lugar.
Isto tornou-se particularmente importante quando os donatistas não queriam permitir a volta dos desertores da igreja e defenderam a sua expulsão.
Agostinho falou o oposto, afirmou que a igreja deve continuar a ser um corpo misto de santos e pecadores.
A santidade da igreja não depende da santidade dos seus membros, mas, de Jesus Cristo.

As doutrinas da graça também vieram à tona nos escritos de Agostinho sobre a heresia propagada por Pelágio, monge britânico que acreditava que o pecado de Adão não afeta nenhum dos seus descendentes.
Tão forte era a palavra de Agostinho contra Pelágio que ele ficou conhecido como o "doutor da graça".
Pelágio dizia que os recursos da salvação se formam dentro da humanidade, e Agostinho dizia que estavam unicamente em Cristo.
A ideia do pelagianismo pode ser resumida como "a salvação por mérito", enquanto que com Agostinho a "salvação é pela graça".
O Concílio de Cartago (418 d.C) decidiu adotar a doutrina da graça e condenou o pelagianismo em termos inflexíveis.
Nada mais óbvio!
Não interessava ao cristianismo uma "salvação" sem Cristo.

Santo Agostinho
Em latim Aurelius Augustinus
Nasceu em 13 de novembro de 354 em Tagaste, atual Argélia.
Morreu em 28 de agosto de 430 em Hipona.

Aurélio Agostinho destaca-se entre os patrísticos como Tomás de Aquino se destaca entre os Escolásticos.
Tomás de Aquino se inspirou na filosofia de Aristóteles, Agostinho inspirou-se em Platão, no neoplatonismo.
Agostinho fundiu o caráter especulativo da patrística grega com o caráter prático da patrística latina, ainda que os problemas que abordou sejam práticos e morais: o mal, a liberdade, a graça, a predestinação.

Filosofia

Agostinho estudou em Cartago.
Abandonou o maniqueísmo que havia adotado e abraçou a filosofia neoplatônica, a espiritualidade de Deus e a negatividade do mal.
Adotou o cristianismo no ano 386.
Entretanto a conversão moral demorou ainda, por razões de luxúria. a conversão total só veio mais a frente.
Agostinho renuncia inteiramente ao mundo, à carreira, ao matrimônio, isola-se durante alguns meses em companhia da mãe, do filho e de alguns discípulos perto de Milão.
Aí escreveu seus diálogos filosóficos, na Páscoa de 387 recebeu o batismo em Milão das mãos de Santo Ambrósio, cuja doutrina e eloqüência muito contribuíram para a sua conversão.
Tinha então trinta e três anos.

Depois da conversão Agostinho abandona Milão e volta para Tagasta.
Funda um mosteiro numa das suas propriedades.
Ordenado padre em 391 e consagrado bispo em 395 governou a igreja de Hipona até à morte.
Após a sua conversão, Agostinho dedicou-se inteiramente ao estudo da Sagrada Escritura, da teologia revelada, e à redação de suas obras, entre as quais têm lugar de destaque as filosóficas.

As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são os diálogos filosóficos:
Contra os acadêmicos;
Da vida beata;
Os solilóquios;
Sobre a imortalidade da alma;
Sobre a quantidade da alma;
Sobre o mestre,;
Sobre a música;
Sobre os costumes;
Do livre arbítrio;
Sobre as duas almas;
Da natureza do bem.

Porém, em Agostinho a filosofia e a teologia andam juntas.
Também interessam à filosofia as obras teológicas e religiosas:
Da Verdadeira Religião.
As Confissões;
A Cidade de Deus;
Da Trindade;
Da Mentira.

Agostinho considera o platonismo como solução parcial do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral.

Seu interesse recai no problema de Deus e da alma por serem os mais importantes para a solução do problema da vida.
Agostinho resolve esse problema com o idealismo platônico.
Tem certeza da existência espiritual, daí tira uma verdade superior, origem de toda verdade particular.
E como para ver, além do olho é necessária a luz, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, é necessária uma luz espiritual.
Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as ideias platônicas - no Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias, os princípios formais das coisas e são os modelos dos seres criados.

É a transformação do idealismo platônico em teísmo cristão.

Porém, permanece a distinção gnosiológica platônica da aristotélica e tomista.
Seguindo a concepção platônica-agostiniana, não bastam para que se realize o conhecimento intelectual as forças naturais do espírito, deve existir uma iluminação de Deus.

Também a psicologia agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão.
O corpo não é mau por natureza (Rousseau não foi inédito!), porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, tendo sido criada por Deus.
A alma nasce com o indivíduo humano e é uma específica criatura divina, como todas as demais.
Agostinho fica indeciso quanto a se a alma é criada diretamente por Deus ou provém da alma dos pais.
Certo é que a alma é imortal...

A natureza não entra nos interesses filosóficos de Agostinho, ele está restrito aos problemas éticos, religiosos, Deus e a alma.

A moral agostiniana é teísta e cristã, transcendente e ascética.
Uma característica da sua moral é a primazia do prático, da ação.
A vontade não é determinada pelo intelecto, mas precede-o.
Não obstante, Agostinho tem também atitudes teoréticas como quando afirma que Deus é possuído por um ato de inteligência.
Porém, a vontade é livre (primeira manifestação do livre arbítrio), e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus.
E deve-se considerar não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não tem realidade metafísica.
A vontade humana, portanto, é impotente sem a graça.
O problema da graça tem um interesse filosófico, pois se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com o livre arbítrio do homem.
Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro elemento, tende a descurar o segundo.

Quanto à família Agostinho considera o celibato superior ao matrimônio, se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da passagem do tempo para a eternidade.

Quanto à política, ele tem uma concepção negativa da função estatal, se não houvesse pecado e os homens fossem todos justos, o estado seria inútil.
Para Agostinho a propriedade seria de direito positivo e não natural.
Nem a escravidão é de direito natural, mas conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e social.
Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a natureza humana já é corrompida, só pode ser superada mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.

A solução do problema do mal por ele achada foi a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão.
Agostinho nega a realidade metafísica do mal.
O mal não é ser, mas privação de ser, como a obscuridade é ausência de luz.
Tal privação é imprescindível em todo ser que não seja Deus.
Assim é explicado o chamado mal metafísico, que não é o verdadeiro mal.
Quanto ao mal moral realmente existe a vontade que faz o mal, mas não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser.
Este não-ser pode unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e produz unicamente o ser.
O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado original, por isso a humanidade foi punida com o sofrimento.
Como se vê, o mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda.

Remediou este mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação.

E, o mal moral e de suas conseqüências estaria no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não permitir o mal...

Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus.
A Cidade de Deus é a obra maior de Agostinho.
Essa "cidade" tem semelhança com a cidade "perfeita" governada por sábios projetada por Platão na República.

Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana.
O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que é o governo divino do mundo.
Este conceito de providência é necessário para que a história tenha racionalidade.
O conceito de providência era impossível no pensamento grego por causa do dualismo metafísico.
Cristo tornara-se o centro sobrenatural da história, o seu reino, a cidade de Deus, é representada pelo povo de Israel antes da sua vinda a terra, e pela igreja depois da sua vinda.
Contra este cidade se ergue a cidade terrena, mundana, satânica.

Em vista disso tudo, podemos dizer que o cristianismo tem como base da sua teologia, o platonismo.
Pois a filosofia idealista de Platão conceituou a existência de um mundo ideal, perfeito, de onde tudo emana, ou seja, Deus.


A Escolástica

Escolástica foi uma escola medieval de filosofia, ou, um método de aprendizagem, ensinado por mestres em escolas e catedrais medievais entre o século XII e o século XVI.

Combinou lógica, metafísica e semântica em uma única disciplina, é reconhecido por ter desenvolvido bastante a nossa compreensão da lógica formal.

O termo "escolástico" é derivado da palavra grega "scholastikos", que significa "uso da leitura para aprender" ou "erudito", e também da palavra grega "scholeion" que significa "escola".

A Escolástica é mais conhecida por sua aplicação na teologia cristã medieval, especialmente nas tentativas de conciliar a filosofia dos antigos filósofos clássicos, especialmente Aristóteles, com a teologia cristã.
No entanto, a Escolástica do período final foi além da teologia, teve aplicações em muitos outros campos de estudo, incluindo epistemologia, filosofia da ciência, filosofia da natureza e psicologia.
Essencialmente a Escolástica foi um método de aprendizagem que utilizava o método socrático do diálogo e a lógica aristotélica, com perguntas e respostas, na busca de uma conclusão final.

Na Europa medieval a Lógica Formal foi uma das três artes originais, além da Retórica e da Gramática (Linguagem).

As características principais da Escolástica podem ser separadas como a seguir:

1. Trabalhar na aceitação e predominância da ortodoxia católica.
2. Dentro dessa ortodoxia, formular uma demonstração que Aristóteles foi um pensador melhor do que Platão.
3. Reconhecimento de que Aristóteles e Platão discordaram sobre a noção de universais (origem das ideias e das coisas), e que esta era uma questão vital a ser resolvida.
4. Deu destaque ao pensamento lógico e ao raciocínio silogístico (técnica iniciada por Aristóteles na argumentação lógica) .
5. Aceitação da distinção teológica entre "natural" e "revelado".
6. Tendência para contestar tudo longamente e pormenorizadamente.

O método escolástico tinha como procedimento padrão a leitura de um livro por um estudioso ou renomado autor (por exemplo a Bíblia, os textos de Aristóteles ou Santo Agostinho, etc), fazendo referência a outros documentos relacionados e fazendo comentários sobre eles, anotando quaisquer divergências e pontos de contenção.
Eram feitas argumentações sobre as divergências na direção de encontrar um acordo usando análise filológica (exame de palavras para múltiplos significados ou ambiguidades), e através da análise lógica (usando as regras da lógica formal) para chegar a consensos.
Estas consensos eram então combinados com "referências" (qualquer número de fontes para relatar os prós e os contras de uma questão), e depois relacionados em "súmulas", que eram resumos completos de todas as perguntas, como a conhecida "Súmula Teológica" de Thomas de Aquino, que pretendia explicar a totalidade da teologia cristã na época.

A escola escolástica tinha dois métodos de ensino:
- o "lectio", que era a simples leitura de um texto por um professor, que iria expor sobre certas palavras e ideias, mas, sem que fossem feitas perguntas;
- e o "disputatio", onde a questão a ser disputada era anunciada de antemão, e os estudantes propunham uma pergunta ao professor sem preparação prévia, e o professor iria responder, citando textos oficiais, como a Bíblia para provar a sua posição, e os estudantes iriam rebater a resposta, esse procedimento seria repetido o quanto fosse necessário, um escriba ia tomando nota para resumir o argumento.

A escolástica foi simultânea ao início da filosofia islâmica e em alguns pontos foi influenciada por ela.
A partir do século VIII a Escola Mu'tazila do Islã seguiu uma teologia racional conhecida como Kalam para defender seus princípios contra a Ash'ari escola mais ortodoxa, essa teologia pode ser vista como uma forma primitiva de escolástica.
Mais tarde, as escolas filosóficas islâmicas de Avicenísmo e Averroísmo exerceram grande influência sobre a escolástica.

Houve também uma evolução semelhante na filosofia judaica medieval, especialmente na obra de Maimônides (1237 - 1204).

Provavelmente o início da escolástica se deu com as obras de Abelardo e Lombard (1100 - 1160), em particular "Frases" deste último, que foi uma coleção de opiniões sobre os padres da igreja e de outras autoridades.

Outros escolásticos iniciais incluem Hugo de São Vitor (1078 - 1151), Bernard de Clairvaux (1090 - 1153), Hildegard de Bingen (1098 - 1179), Alain de Lille (1128 - 1202) e Joaquim de Fiore (1135-1202).

As ordens franciscanas e dominicanas do século XIII produziram alguns dos mais eminentes mestres da teologia escolástica, dentre eles: Alberto Magno, São Thomas de Aquino, Alexandre de Hales e São Boaventura.

Este período também viu o surgimento da teologia mística com Mechthild de Magdeburg (1210 - 1285) e Angela de Foligno (1248 - 1309), e da filosofia natural ou ciência natural com Roger Bacon e Robert Grosseteste.

A escolástica do século XIV em diante tornou-se mais complexa e sutil em suas distinções e argumentos, incluindo os nominalistas ou voluntaristas como William de Ockham.

Também notáveis durante esse período foram John Duns Scotus, Meister Eckhart, Marsílio de Pádua, John Wycliffe, Juliana de Norwich, Geert Groote, Catherine de Siena, Jean Gerson, Jan Hus e Thomas Kempis.

A escolástica foi superada pelo humanismo dos séculos XV e XVI e passou a ser vista como uma forma rígida, formalista e ultrapassada de estudar filosofia.
Foi brevemente revivida na escola espanhola de Salamanca no século XVI, e no renascimento escolástico católico do século XIX e início do século XX, embora com um foco direcionado em determinados escolásticos e suas respectivas escolas de pensamento, principalmente São Thomás de Aquino.

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Thomas de Aquino (1225-1274)

Foi um padre católico da ordem dominicana e um dos teólogos medievais mais importantes.
Ele foi muito influenciado pela escolástica e por Aristóteles, é conhecido por ter feito uma síntese dessas duas tradições.

Embora ele tenha escrito muitas obras de filosofia e teologia ao longo de sua vida seu trabalho mais influente é a Suma Teológica, que consiste de três partes.

A primeira parte é sobre Deus.
Nela, ele fornece cinco provas da existência de Deus, bem como uma explicação de seus atributos.
Thomas defende a atualidade e incorporalidade de Deus como o motor imóvel e descreve como Deus se move através de seu pensamento e da sua vontade.

A segunda parte é sobre Ética.
Thomas argumenta a favor de uma variação da virtude ética aristotélica.
Ao contrário de Aristóteles ele defende uma conexão entre o homem virtuoso e Deus, explicando como o ato virtuoso é um ato em direção a bem-aventurança da visão beatifica (beata visio).

A última parte da Suma trata de Cristo e ainda não estava terminada quando Thomas morreu.
No trecho escrito ele mostra como Cristo não só oferece a salvação, mas representa e protege a humanidade na Terra e no Céu.
Esta parte também discute brevemente os sacramentos e escatologia.

O nascimento de Thomas de Aquino é comumente dado como 1227, mas ele provavelmente nasceu no início de 1225 no castelo de seu pai em Roccasecea em território napolitano.

Ele morreu no mosteiro de Fossanova em 07 de março de 1274.

Seu pai descendia de uma antiga família italiana e sua mãe era condessa normanda.
Aos cinco anos ele foi enviado para a sua primeira educação no mosteiro de Monte Cassino, onde o irmão de seu pai era abade.

Mais tarde estudou em Nápoles.

Por volta de 1243 ele decidiu entrar na ordem dominicana, mas, no caminho para Roma, foi parado por seus irmãos e trazido de volta ao castelo de San Giovanni, onde foi mantido prisioneiro por um ou dois anos e onde foi tentado de variadas formas demovê-lo a abandonar o seu propósito.
Finalmente, a família se rendeu e Thomas foi enviado para Colôgnia para estudar com Alberto Magno, onde chegou provavelmente no final de 1244.
Thomas acompanhou Alberto a Paris em 1245, permaneceu lá com seu professor e continuou seus estudos por três anos, retornaram ambos a Colôgnia em 1248.
Durante vários anos Thomas permaneceu estudando com Alberto, essa longa associação fez dele um estudioso abrangente e o levou permanentemente para o método aristotélico.

Por volta de 1252 Thomas foi para Paris para fazer mestrado, recebeu o grau e passou a ensinar em 1257, ensinou em Paris por vários anos e lá escreveu algumas das suas obras e começou outras.

Em 1259 ele estava presente em um capítulo importante da sua ordem na eleição do Papa Urbano IV.
No final de 1261 ele fixou residência em Roma.
Entre 1269-1271 esteve novamente em Paris.

Em 1272 a direção provincial de Florença lhe deu o poder para fundar uma nova escola em qualquer lugar que ele escolhesse, ele escolheu Nápoles.

No início de 1274 o Papa o escalou para participar do Concílio de Lyon e ele se comprometeu a ir, mesmo não estando bem, no caminho foi obrigado a parar no castelo de uma sobrinha e ficou gravemente doente.
Ele queria terminar seus dias em um mosteiro e por não ser possível ir para um mosteiro dominicano foi levado para Fossanova.
Lá, ele morreu e seus restos mortais foram preservadas

Os escritos de Thomas podem ser classificados como:
1. exegético, homilético, e litúrgico;
2. dogmático, apologético, e ético;
3. filosófico.

Suas obras principais foram:
Comentários sobre Job (1261-1265);
Salmos, que foi um relatório de discursos prestados por seu companheiro Rainaldo;
Isaías;
Catena aurea, que foi um comentário sobre os Evangelhos;
Comentário sobre Cânticos;
Hebreus;
Officium de corpore Christi (1264);
Tractatus de decem praeceptis;
Orationis expositio dominico;
Sermones pro Dominicis diebus et pro sanctorum solemnitatibus;
Sermones De Angelis, e Sermones de quadragesima.
De seus sermões apenas cópias existem.

De escritos filosóficos são catalogados treze comentários sobre Aristóteles, além de numerosos opúsculos filosóficos das quais quatorze são classificados como genuínos.

A maior obra de Thomas foi o Suma, e é a apresentação mais completa de seus pontos de vista.
Ele trabalhou com ela desde o tempo de Clemente IV (depois de 1265) até ao fim da sua vida.

A doutrina dos sacramentos de Thomas segue a cristologia.

Sobre ética temos:
... todos os atos da virtude são prescritos pela lei natural, como a razão de cada um naturalmente dita que ele aja virtuosamente.
Mas se falarmos de atos virtuosos considerados em si mesmos, ou seja, em suas próprias espécies, segue que nem todos os atos virtuosos são prescritos pela lei natural, pois muitas coisas são realizadas virtuosamente, mas cuja natureza para ela não se inclinava inicialmente, mas que, pelo inquérito da razão, foram percebidas pelos homens como condutivas ao bem estar.

Thomas de Aquino.