domingo, 26 de outubro de 2014

René Descartes, o iniciador de uma nova filosofia, o Racionalismo






Descartes (1596-1650)


Tentar resumir a filosofia e a ciência de Descartes é certamente uma temeridade, por isso, reintero, o que vou colocar a seguir é o que acho mais importante no pensamento dele.

Descartes marca sua presença indelével na humanidade, dentre outras, por duas criações de sua autoria:


1. As Coordenadas Cartesianas.
















É o que segue sendo usado a quatro séculos nas escolas de todo o mundo, o Eixo X e Y.











Essa ciência que Descartes desenvolveu foi de inestimável valor para a humanidade e para o desenvolvimento da ciência
Descartes transformou o mundo com a sua descoberta!


2. O "Je pense, donc je suis."  em português "Penso, logo existo.".

Com essa inédita intuição Descartes tornou sem sentido lógico as alegações de que somos apenas uma representação de nossa mente, uma imagem fictícia do que nossos sistemas sensoriais (visão, audição, olfato, paladar, tato) captam do exterior.
Não, eu não sou apenas representação, eu penso, e isso é algo interno, é a coisa em si, e não depende do exterior.
Posso duvidar de tudo, mas, não posso duvidar que eu penso!

Estas duas concepções estão no seu livro Discours de la Méthode de 1637.



O pensamento de Descartes.

Descartes inicia seu itinerário filosófico com a dúvida, duvida voluntária e sistematicamente de tudo.
Porém, existo, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de que eu penso.
Nenhum objeto do pensamento resiste à dúvida, mas o próprio ato de duvidar é indubitável.
Penso, cogito, logo existo.
É uma intuição metafísica.

Criador

Dentre as ideias do meu cogito existe uma inteiramente extraordinária.
É a ideia de perfeição, de infinito.
Não posso tê-la tirado de mim mesmo, visto que sou finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a ideia de perfeição, só posso tê-la recebido de um ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor do meu ser.
Por conseguinte, eis demonstrada a existência de um criador.
Uma vez que um criador existe, eu então posso crer na existência do mundo.

A Natureza

A natureza, segundo Descartes não possui dinamismo próprio.
Todo dinamismo pertence ao criador.

Na medida em que a natureza é despojada de toda profundidade metafísica, Descartes pode eliminar as noções aristotélicas e medievais de forma, alma, ato e potência.

Toda finalidade desaparece e a natureza é reduzida a um mecanicismo inteiramente transparente para a linguagem matemática.
A natureza nada tem de divino, é um objeto criado, situado no mesmo plano da inteligência humana, e, por conseguinte, inteiramente entregue à sua exploração.
Isto consiste, ao mesmo tempo, na rejeição de todo naturalismo pagão (a natureza não é uma deusa).

Para Descartes, o criador transcende radicalmente a natureza. 

O criador foi "inteiramente indiferente ao criar as coisas que criou".  
O criador não se submeteu a nenhuma verdade prévia.

Eis, em síntese, o pensamento de Descartes que mudou o mundo.







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