quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Aspectos conceituais contemporâneos contidos nas palavras "sexo" e "gênero"




Devemos salientar inicialmente que o significado conceitual atual da palavra "sexo" é antigo, vem desde o início da civilização humana, e o significado atual relacionado a palavra "gênero" foi formatado recentemente.

O significado etimológico das duas palavras são os seguintes:

sexo
É um substantivo que teve origem na palavra do Latim sexu.
É o conjunto de caracteres anatômicos e fisiológicos segundo os quais um ser vivo é classificado como macho ou fêmea. ou é considerado masculino ou feminino.

gênero
Também é um substantivo derivado da palavra do latim genus.
Significa espécie, raça, tipo, qualidade, descendente, família.

O poeta romano Orácio (65 a.C. - 8 a.C.) se expressou da seguinte forma usando a palavra "genus":
"genus irritabile vatum", que quer dizer "a raça irritadiça dos poetas", traduzindo dessa forma a ideia de que os poetas e escritores são temperamentais.

Fernando Pessoa assim se expressou usando a palavra "gênero": “Pertenço a um gênero de portugueses que depois de estar a Índia descoberta ficaram sem trabalho.", ou seja, a um "tipo" de portugueses.

Porém, na atualidade o significado da palavra "gênero" foi transformado e incorporou um novo conceito que a trás para perto do significado da palavra "sexo", sem entretanto significar a mesma coisa.

Na atualidade essas duas palavras tem os seguintes significados conceituais:

sexo: macho ou fêmea, masculino ou feminino - com origem biológica.
gênero: masculino, feminino - com origem sociocultural.

A atribuição cultural ao gênero teve origem nos escritos do filósofo francês Michel Foulcault (1926-1984).
As ideias de Foulcalut no seu conceito de "biopoder" foram usadas pelas feministas e movimentos LGBT para criarem um sentido sexual para a palavra "gênero" - sem entretanto - significar sexo biológico!

O conceito de "biopoder" de Foulcault

O conceito de "biopoder" de Foulcault não tem a ver com sexo, segundo Foulcault os estados nacionais através de diversos mecanismos de controle dominam tanto os corpos individuais como as populações.
Essa relação poder-corpo foi usada pelas feministas para efetuaram uma transposição conceitual incorporando na palavra "gênero" um novo significado, o conceito de "sexo culturalmente adquirido", ou, "imposto pela sociedade".

A ferramenta teórica que possibilita tais tipos de transformação conceitual foi inventada pelo filósofo francês Derrida e se chama "desconstrucionismo".

Esse novo conceito foi necessário por razões argumentativas para com ele poder descrever problemas com origens sexuais entre humanos.
Antigamente o homossexualismo era considerado uma doença, ou um distúrbio de personalidade, a partir da segunda metade do século XX começaram as surgir as lutas feministas e dos homossexuais por igualdade e direitos, e dentre eles estava a mudança na classificação do homossexualismo como doença.
Se o homossexualismo não era doença era necessário encontrar uma outra razão para a origem do homossexualismo, a motivação encontrada foi a imposição cultural.


Martina Navrátilová
Ela é do sexo feminino, mas, seu gênero ou opção sexual é masculino.


Apesar de historicamente ser conhecida a presença de homossexuais em todas as sociedades humanas ao longo da história a motivação maior para a criação do conceito de "sexo culturalmente adquirido" foi atribuída preferencialmente a cultura ocidental pós-moderna que supostamente influi no comportamento das pessoas, chegando até mesmo a mudar o seu sexo!

Evidentemente esse conceito não tem comprovação científica no âmbito das ciências naturais, mas serve para diferenciar de forma conveniente as opções sexuais entre humanos, que agora são expressadas como "diferenças de gênero" e não de sexo propriamente dito.



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