sábado, 18 de abril de 2015

Existem mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia.

Existem mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia.
Willian Shakespeare


Hamlet, Ato 1, cena 5, 159–173.

Hamlet: Consenti em jurar.
Nunca falar daquilo que hoje vistes,
Jurai sobre esta espada.

Fantasma: [Gritando sob o palco] Sim, jurai!
Hamlet: Dizes bem, oh toupeira!
Tão depressa caminhas sob a terra?
És sapador?
Mais uma vez mudemos de lugar.

Horácio: Dia e noite! Isso é muito estranho!
Hamlet: Pois como estranho demos-lhe acolhida!
Existem mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia.



Horácio, é um modelo de racionalidade, ainda está tendo dificuldades em engolir todo o negócio.
Fantasmas não são o tipo de seres que a sua "filosofia" leva em conta facilmente.

Sabemos que Horácio é, como Hamlet, um estudante da Universidade de Wittenberg, um posto avançado notável do humanismo protestante.

A filosofia que se estuda lá é clássica, é um composto de ética, lógica e ciência natural.
A ênfase em fenômenos cotidianos praticamente exclui a especulação sobre fantasmas falantes.
Wittenberg, no entanto, não é apenas um lugar onde Horácios sóbrios debatem filosofia aristotélica.

Na peça de Christopher Marlowe (que possivelmente influenciou Shakespeare) do final dos anos 1580, "The Tragicall History of Doctor Faustus", Wittenberg é onde existem palestras médicas que, sobre uma linha lateral, confraternizam-se com demônios.


Sem comentários:

Enviar um comentário