sábado, 9 de abril de 2016

Margarida de Anjou - Elizabeth Woodville - Margarida Beaufort - Inglaterra século XV

Mulheres protagonistas da história humana

Ao longo da história humana existiram centenas de mulheres que se impuseram, com as suas próprias forças, com seus próprios talentos, com suas inteligências, com suas estratégias militares e políticas, na sociedade e na cultura de suas épocas. Elas são uma prova de que as mulheres, ao longo de milhares de anos, sempre tiveram acesso ao poder e ao protagonismo ao longo da história humana. A história dessas mulheres será contada aqui.

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Margarida de Anjou - Elizabeth Woodville - Margarida Beaufort - Inglaterra século XV

Dando sequencia aos relatos sobre história envolvendo a ação direta de mulheres vamos fazer uma síntese dos acontecimentos na Inglaterra no século XV e que tiveram a participação decisiva de 3 mulheres nos destinos da nação.
Tais mulheres lutaram politicamente entre si pelo poder na Inglaterra atuando paralelamente ao lado de seus esposos, reis e filho, que se encarregavam das batalhas.

Elas foram:
Margarida de Anjou (1.430-1.482)
Rainha consorte do rei Henrique VI de Inglaterra.

Elizabeth Woodville (1.437-1.492)
Rainha consorte do rei Eduardo IV de Inglaterra.

Margarida Beaufort (1.443-1.509)
Mãe do rei Henrique VII da Inglaterra.


As guerras relatadas aqui tiveram o nome de "Guerra das Rosas".
A razão desse nome é que as duas famílias em luta tinham em suas armas e escudos uma rosa.
Os Lancaster tinham uma rosa vermelha.
Os York tinham uma rosa branca.
E Henrique VII, após subir ao trono inglês, acrescentou as armas dos Tutor uma rosa que era parte vermelha e parte branca, um símbolo de paz e união entre as famílias que deveria existir em seu governo.


Essa história tem início em 1.154 quando Godofredo V de Anjou, norte da França, iniciou a dinastia Plantageneta na Inglaterra ao se casar com Matilde de Inglaterra, e herdeira de Henrique I, dai para frente os Plantageneta possuíram diversos monarcas na Inglaterra.
O primeiro rei Plantageneta foi Henrique II, filho de ambos.
Dentro da dinastia Plantageneta existiram duas outras, a dinastia Lancastre e a Tudor.
O poder direto dessa dinastia terminou com a deposição de Ricardo II em 1399 por Henrique IV quando a Inglaterra passou a ser governada pela dinastia de Lancastre que governaria a Inglaterra até 1471 quando iniciou a dinastia de York com a tomada do poder por Eduardo IV de York (esposo de Elizabeth Woodville) ao depor Henrique VI de Lancastre (esposo de Margarida de Anjou).
Os York seriam tirados do poder em 1485 com a morte do rei Ricardo III (personagem de Shakespeare) na Batalha de Bosworth Field e a tomada do poder por Henrique VI de Tudor (filho de Margarida Beaufort ).
A maior parte desses acontecimentos aconteceu no contexto da "Guerra das Rosas" que ocorreu entre 1455 até 1487 e onde foram travadas dezenas de batalhas sangrentas.
Na próxima publicação iremos contar a história de Margarida de Anjou, francesa, da Casa de Valois, dinastia Lancastre de Inglaterra, e que foi rainha consorte de Henrique VI de Inglaterra.

Margarida de Anjou


O principal personagem desse tempo foi Eduardo IV (1442-1483) rei da Inglaterra entre 1461 a 1470 e entre 1471 até sua morte.
Eduardo IV foi o primeiro rei da dinastia York na Inglaterra.
O rei anterior foi Henrique VI da casa dos Lancastre, cuja rainha era
Margarida de Anjou, ele expulsou o pai de Eduardo IV da corte, este fato dentre outros despertou a revolta entre os irmãos York, Eduardo, Ricardo, George e seus primo o Conde de Warwick, Ricardo Neville, que era rico e um guerreiro experiente e deu orientação a Eduardo IV nas batalhas.
Em 1455 os York estavam dispostos a tomar o poder e iniciaram a Guerra das Rosas contra a Casa de Lancastre.
Nessa época o rei Henrique VI adoeceu e a rainha consorte Margarida de Anjou assumiu o comando do governo e da guerra.
Depois de alguns sucessos iniciais dirigidos por Ricardo Neville, que incluíram a captura do próprio Henrique VI, o Duque de Iork e seus filhos perderam a Batalha de Wakefield contra os exércitos comandados por Margarida de Anjou.
A rainha não lhe perdoou a traição contra o rei e ordenou a execução do duque.
Com o pai morto e a sua cabeça exposta nas muralhas, Eduardo tornou-se Duque de Iorque com apenas dezoito anos.
Ricardo Neville tornou-se o seu mentor e viu nele um líder capaz de substituir Henrique VI.
Enquanto Margarida de Anjou lutava no norte, Warwick e Eduardo tomaram Londres no ano seguinte e aprisionaram Henrique VI na Torre de Londres, Margarida de Anjou fugiu para a França.
Com a vitória Eduardo tornou-se rei de Inglaterra.
Eduardo IV foi bem aceito pelo povo de Londres e tinha ideias próprias.
Warwick queria casar Eduardo com uma princesa francesa, Warwick tinha um acordo com o rei da França que caso isso acontecesse ele ganharia possessões na França.
Porém... seus planos foram frustrados.

Elizabeth Woodville


Porém, ai entra em cena Elizabeth Woodville, uma plebeia cuja mãe era da realeza, mas, havia casado com um plebeu.
Elizabeth era loira e muito bonita, sensível e inteligente, tinha dois filhos homens do seu primeiro casamento, mas estava viúva, o marido dela tinha lutado ao lado dos Lancaster e tinha sido morto em batalha.
Elizabeth tinha sonhos onde via o rei Eduardo passar nos arredores de sua casa, um dia de manhã ela resolveu esperá-lo para pedir a ele que devolvesse os bens de seus filhos, o encontro aconteceu e o rei, apesar de ser um grande conquistador, se apaixonou por Elizabeth.
Apesar dos protestos de Warwick, Eduardo se casou com ela em segredo em 1464.
Warwick teve dificuldade em aceitar este revés, ainda para mais depois que perdeu poder e influência a favor dos Woodville.
Passado algum tempo Warwich revoltou-se e levantou um exército contra Eduardo e o aprisionou em seu castelo após a Batalha de Edgecote Moor em 1469.
Elizabeth permaneceu em Londres, neste período e em todos os longos períodos que o rei ia para o campo de batalha quem conduzia o governo em Londres era a rainha consorte.
Com o rei ainda preso a Torre foi atacada e sitiada pelos inimigos, Elizabeth foi quem teve uma ideia tática de ataque para ajudar seu irmão, que defendia a Torre, a vencer o exército adversário.
A popularidade de Eduardo não garantiu o sucesso a Warwick e ele foi obrigado a soltar Eduardo por decisão do Parlamento e fugir para França e lá se encontrou com a até então sua inimiga Margarida de Anjou.
Uma das filhas de Warwich se casou com o filho de Margarida de Anjou, Eduardo de Westminster, o herdeiro de Henrique VI.
Warwich e Margarida de Anjou fazem aliança para invadir a Inglaterra e depor Eduardo IV.
Warwick retorna a Inglaterra e consegue derrotar os exércitos de Eduardo em uma primeira fase da batalha, Henrique VI é reposto no trono e Eduardo é obrigado a fugir para a Borgonha.
A rainha Elizabeth ficou escondida na Inglaterra ajudando na articulação da volta do marido.
Na França Eduardo organizou um exército e retornou a Inglaterra, Eduardo derrota o seu antigo aliado na Batalha de Barnet em abril de 1471
Margarida de Anjou também organizou um exército e foi para a Inglaterra ajudar Warwick, porém as coisas não deram certo e Eduardo vence o resto das forças Lancastre-Tudor na Batalha de Tewkesbury.
Eduardo de Westminster foi morto em batalha e Margarida de Anjou foi presa, Henrique VI foi assassinado na Torre.
E com isso Eduardo IV se consolidou no poder ao lado da sua rainha Elizabeth, que lhe deu dois filhos homens como herdeiros.
Porém, os Lancastre e os Tudor, refugiados na França, mantinham ainda as esperanças de tomar o poder.
Neste contexto entra em ação mais decisivamente as ações políticas de Margarida Beaufort a favor de seu filho Henrique Tudor, o único que sobrou na dinastia Lancastre-Tudor, e era ainda criança.

Margarida Beaufort 


Margareth Beaufort era o demônio disfarçado de santa.
Maquinava o tempo todo para que seu filho se tornasse rei, não tinha limites nisso, até mandar matar os filhos da rainha Elizabeth, ainda crianças, que estavam presos na Torre de Lonfres a mando de Ricardo III ela mandou.
Seguimos com o relato.
Nos anos seguintes, Eduardo teve problemas dentro da sua própria família, nomeadamente com os irmãos George e Ricardo, ambos casados com as duas filhas de Warwick, Isabel Neville e Ana Neville, respectivamente.
Após uma tentativa de traição em 1478 Eduardo IV mandou executar George por afogamento dentro de um barril de vinho.
Eduardo morreu de repente em 1483 e para desgraça dos York nomeou seu irmão Ricardo como tutor dos principes herdeiros que ainda eram crianças.
Ricardo mandou encarcerar os príncipes na Torre de Londres, declarou o casamento do irmão inválido e se coroou como rei da Inglaterra como Ricardo III.
Neste cenário a relação entre a rainha Elizabeth e o novo rei não era boa, a esposa do rei, Ana Nenive, odiava a rainha e fazia de tudo para debilitá-la, mas, ouve um momento em que o rei a a antiga rainha se encaminhavam para uma boa relação, porém, entrou em ação a maquinação de Margarida Beaufort e seu terceiro marido lorde Tomás Stanley, com o qual ela havia se casado apenas para poder ir morar na corte e poder tramar mais de perto contra os York, fez com que a boa relação não fosse em frente.
Os príncipes presos na Torre eram encarados como ameaça tanto pela rainha Ana, esposa de Ricardo III, bem como por Margarida Beauforte, ambas tramaram diretamente o assassinato dos príncipes, a história não tem uma certeza do que aconteceu com os dois príncipes, o fato é que eles sumiram da Torre e nunca mais foram vistos, e com o sumiço deles restaram apenas o filho de Ricardo III com a rainha ANa, e o filho de Margarida Beaufort, Henrique Tudor, como herdeiros ao trono inglês.
O filho de Ana faleceu e ela também moreu em seguida, Ricardo III fixou só e Henrique Tudor, filho de Margarida Beauifort, invadiu a Inglaterra.
Na batalha decisiva Ricardo III tinha maiores forças, mas, devido a ação de Margarida Beaufort e seu marido os nobres o traíram e Ricardo III foi morto em batalha.
No fim da batalha Henrique Tutor foi aclamado rei com o título de Henrique VII.
Finalmente o filho de Margarida Beaufort se tornou rei da Inglaterra inaugurando a dinastia dos Tudor.


9 comentários:

  1. Respostas
    1. PS: Eliminei o segundo comentário, pois repetia o primeiro! :)
      Obrigada, estou seguindo o seriado " The White Queen" e o seu blog me ajudou muitíssimo a compreender toda a trama!!
      ( Na verdade são dois os seriados: " The White Queen" e "The White Princess" )
      Obrigada, mais uma vez !!!!

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    2. Obrigado! Vou ver essas séries também :-)

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  2. otima leitura.resumo esclarecedor.adoro ver os retratos. quando teremos mais relatos históricos?

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    1. É verdade :-) históricos são gostosos de se ler não é? Vou ver, tenho bastante coisa!

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